domingo, 7 de abril de 2019

A Eleição Israelense


                              

          Nesta próxima terça-feira,  Bibi Netanyahu, o líder do Likud e atual premier, enfrenta uma das mais difíceis  eleições de sua carreira. Tem como  principal adversário  é o general Benny Gantz, ex-chefe das Forças Armadas.
           Cerca de 2,6 milhões de palestinos vivem na Cisjordânia. Eles lutam pela criação de um Estado próprio, com capital em Jerusalém Oriental, incluindo a Faixa de Gaza.
            No entanto, Israel mantém quinhentos mil habitantes dentro do território, após décadas de noyautage através da migração direcionada de colonos (vindos dos Estados Unidos e de outros países, em tática dirigida para diluir, enfraquecer e ao cabo vencer a vantagem numérica dos senhores da terra, que é o povo palestino).
              A tática da direita israelense, que Netanyahu representa,  oscila entre a aberta destruição de um enclave, como no caso do vilarejo de Khan al-Ahmar, de duzentos beduínos, localizado entre dois assentamentos ju-deus em Jerusalém Oriental.  O premiê Bibi Netanyahu já intentara a demolição do vilarejo, recuando diante da ameaça de procuradora do TPI,  Fatou Bensouda: uma retirada à força dos beduinos pode ser considerada  um "crime de guerra".
                 Pelo visto, Netanyahu e a Direita constituem fator respeitável, mas não invencível  nessa eleição.  O seu partido, o Likud, no cômputo geral, está ainda em posição inferior ao Azul e Branco, do general Benny Gantz, ex-comandante das Forças Armadas.
                 Bibi, estando mais à direita, consegue arrastar o agrupamento dos pequenos partidos. No entanto, esses últimos enfrentam a cláusula de barreira (3,25% dos votos). É provável que muitos deles não logrem superá-la. 
                  Outro fator a ser computado é o Presidente da República. O seu cargo não é decorativo notadamente na direção da formação do governo. O presidente Reuven Rivlin e Netanyahu se odeiam pessoalmente. Em tese, após consultar as partes, ele determina a quem dará a oportunidade de formar a coalizão de governo.
                       Essa perspectiva é tão concreta que o próprio Netanyahu busca alertar quanto à circunstância de que o presidente esteja "procurando uma desculpa" para dar ao rival a primeira chance de negociação.
                       "Se Gantz obtiver quatro ou cinco deputados a mais, mesmo sendo o nosso grupo conservador majoritário, ele (Rivlin) usará isso como desculpa para dar-lhe a prerrogativa", declarou Netanyahu.
                         O presidente Rivlin contestou: "Esta é mais uma tentativa detestável de minar a confiança do Povo na decisão do Presidente após as eleições."


( Fonte: O Estado de S. Paulo )

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