A revista Economist, que está nas bancas, dedica artigo à questão do desemprego na
Itália. Nesse contexto, a matéria também alude às diferenças na produtividade
em várias regiões na Alemanha e na Itália.
Mas há uma diferença marcante nessas
distinções. Assim, a produtividade em distritos antes localizados na DDR
(República Democrática Alemã) e aqueles situados na antiga Alemanha Ocidental,
faz com que o distrito ocidental médio da Alemanha seja cerca de 23% mais
produtivo do que aquele distrito
oriental médio.
Enquanto na Alemanha essa
diferenciação tem origem política, na Itália o
hiato na produtividade é marcado pela
posição geográfica, eis que as regiões do Norte (Lombardia, Veneto) são mais
produtivas do que as regiões do Sul (Calábria e Sicília, por exemplo), ainda
que o hiato de origem política seja
ainda um pouco maior, na Alemanha, se cotejadas as regiões mais afluentes da Alemanha
Ocidental com aquelas menos produtivas da
antiga Alemanha Oriental (DDR).
Através do hodierno estreito de
Messina é possível distinguir, em dia claro e sem névoa, terras da Calábria na ponta da
bota continental da Itália. Nesse estreito, lá estariam os míticos desafios
enfrentados por Ulisses : o monstro Scylla e o redemoinho Charybdis.
Mitologia à parte, os problemas
das diferenças regionais ainda se
mostram aos viajantes, na sua pluralidade de antigos monumentos, como em
Agrigento, e em tantas outras ruínas e construções desenhadas e construídas por
um passado milenar, que por circunstâncias várias se situam entre os diversos
núcleos populacionais naquela grande ilha que para os viajantes e observadores
constitui um livro aberto, existente ou mantido em tantos e diversos momentos
históricos. Dada a situação daquela avultada ilha mediterrânea - diversidade
entre passado e presente, além da sua coexistência com a trágica beleza dos
vulcões, de que é exemplo o Etna - não creio seja fácil encontrar área
geográfica assim tão bela e tortuosa quanto a Sicília.
(
Fontes: The Economist, experiência pessoal.)
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