quarta-feira, 17 de abril de 2019

18 mil km de estradas federais sem radar




          Pela lentidão da burocracia, cerca de dezoito mil km de estradas federais - um terço da rede administrada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) chegam à Semana Santa sem a devida cobertura de radares. Na prática, um terço da malha não oferece a necessária cobertura aos motoristas.

               O DNIT confirmou  que 7 dos 24 lotes em que foram divididos os contra-tos relativos ao Programa Nacional de Controle Eletrônico de Velocidade (PNCV) não foram renovados. Os outros dezessete - que também venceram em catorze de janeiro, receberam ordens de serviço com prazo de seis meses para reativação.
                A 16 de abril o DNIT informou que, além da modernização e substituição dos equipamentos, serão reavaliados todos os pontos de instalação dos radares, o que pode atrasar ainda mais a reativação. O órgão administra 65,3 mil km de rodovias federais pavimentadas, operando 2.260 radares fixos e 1.130 lombadas eletrônicas. O Dnit não informou em que rodovias os radares ainda não voltaram a operar. A estimativa é de que pelo menos 1,3 mil radares e lombadas estejam fora de operação.
                   A falta de radares foi confirmada por usuários em rodovias dos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo e Paraíba.  Em Santa Catarina, dos quinhentos equipamentos desligados, pouco mais de cem já foram reativados.  No Rio Grande do Sul, alguns lotes de radar não operam desde outubro e as rodovias de acesso ao litoral são as mais afetadas. Em São Paulo, há rada-res apagados na rodovia Transbrasiliana (BR-153), por exemplo.

                      Para o coordenador da SOS Estradas, Rodolfo Rizzoto, onde existe menos fiscalização há mais mortes e feridos. "O trânsito produz 700 vítimas por dia, entre mortes e invalidez permanente, no Brasil. Na realidade, temos uma indústria da morte e não de multas. O fato é que radares salvam vidas", disse o coordenador.

                         Conforme o Dnit, o Ministério da Infraestrutura determinou análise rigorosa no plano de radares instalados nas rodovias, a pedido do presidente da República, Jair Bolsonaro. A instalação de novos sensores foi suspensa até que essa revisão venha a ser concluída.

Rodovias concedidas.   A Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT), que administra 9.697 km de rodovias concedidas à iniciativa privada, informou que os 633 radares fixos, distribuídos pelas vinte concessões, estão operando normalmente.  Por ora, não será pedida autorização para a instalação de radares controladores de velocidade. A Polícia Rodoviária Federal informou que atua na fiscalização de velocidade em rodovias federais com o uso de radares portáteis e estáticos.  Os radares fixos e as lombadas eletrônicas são de responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), e no caso das rodovias concedidas, da Agência  Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

( Fonte: O Estado de S. Paulo )


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