quarta-feira, 10 de abril de 2019

Há resposta para as torrentes do verão carioca ?



                                    
          O blog de três de abril  corrente  informa  acerca da abertura de processo de impeachment contra o  Prefeito Crivella.
           Ontem, nove de abril, diante da inundação de boa parte de áreas baixas do município, a Rede Globo dedicou a tarde para a cobertura de bairros da Baixada do Rio, mas também de outras áreas atingidas pelo flagelo, como na área montanhosa de Botafogo (onde menina de seis anos, a sua avó e o motorista do táxi pereceram soterrados sob uma enorme pedra que despencara, ficando desaparecidos por mais de doze horas). Também no Leme, no Morro da Babilônia, duas irmãs e um homem morreram soterrados.
           Na Zona Oeste, a cobertura televisiva mostrou o avanço das águas, invadindo grande número de residências, e deixou rastro de enormes pre-juízos, adentrando cozinhas, banheiros, salas e quartos,  carregando na enchente os sofridos investimentos caseiros de trabalhosas existências.
           O Prefeito Eduardo Paes - que a incontinência verbal desbaratou no último pleito, a candidatura para Governador - pensara criar outros piscinões para a Baixada do Rio de Janeiro.
            Hoje, na hora do alarme e do perigo das águas, falharam  os serviços da Prefeitura.  Como assinala O Globo, falhas em série no planejamento  e na resposta aos desafios que surgiam, com a intensificação das chuvas, contribuíram para aumentar os efeitos do temporal.
            Dentre os principais, a demora em abrir as comportas do canal da rua General Garzon, para aliviar a enchente na área do Jardim Botânico, e a desmobilização do plantão da Secretaria municipal de Conservação (em vez de duzentos, só contava com equipe de vinte pessoas). Era uma "economia" mal-avisada do pessoal terceirizado.

              Como não havia no COR (Centro de Operações Rio) nenhum Secretário presente para comandar as operações,  deixou-se de tomar providências básicas. Represada, a água não teve como escoar e transbordou.

               Houve falha também na previsão do deslocamento de equipamento para pontos suscetíveis de alagamento. Assim, apenas dois dos quinze caminhões do tipo próprio para desobstruir ruas chegaram com rapidez aos locais alagados. Tampouco se recorreu à CEDAE, que dá apoio com máquinas do tipo vac-all  (desobstrução de ruas). Somente dois caminhôes  vac-all dos quinze disponíveis foram empregados.

              Como um paquiderme, a prefeitura reagiu lentamente (ou de forma insuficiente) a desafios claros e perigosos. Pelas próprias respostas do prefeito, os planos não funcionaram, sirenes não tocaram, e a desídia em reaparelhar  bueiros (deixados sem as grades, que são roubadas) aumenta o entupimento das vias e a consequente dificuldade no escoamento.
                E tal desídia tem muitos e maus efeitos sobre a cidadania - que perde mobílias e, em especial,  vitais equipamentos de cozinha, que as enchentes, na prática, carregam, tornando inúteis as sofridas compras a prazo feitas pelos moradores.  E daí ressurge a ideia de Paes, com mais outros piscinões - como na Zona Oeste - para as áreas flageladas pelas inundações.
                 
( Fontes:  O Globo e Rede Globo )     

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