quinta-feira, 11 de abril de 2019

Continua a caminhada da May


                 

        A menos de quarenta e oito horas para a saída do Reino Unido da União Europeia, o Presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, anunciou, na noite de ontem, que o bloco europeu concordara em ampliar o prazo para o Brexit.

            Agendada inicialmente para 29 de março, a retirada britânica havia sido adiada para doze de abril. Não obstante, diante da possibilidade cada vez maior de uma partida não negociada,  líderes da UE, temendo cada vez mais a possibilidade dessa saída não-negociada, concordaram em estender o prazo até o dia 31 de outubro.

              A Primeira Ministra Theresa May aceitou a proposta, que prevê uma revisão do acordo em junho - mês que a princípio a dirigente inglesa pretendia fosse para a extensão - a fim de avaliar se as condições impostas estão sendo cumpridas, entre elas a participação do Reino Unido nas eleições para o Parlamento Europeu.
                Donald Tusk informou pelo Twitter que "os  27 membros da União Europeia se colocaram de acordo acerca de uma prorrogação", e acrescentou que ela era mais curta do que ele esperava, mas longa o suficiente para permitir ao Reino Unido encontrar uma solução.

                 As idas e voltas da May não deixam de irritar os seus interlocutores - como se percebe através do diplomatês do comunicado de Tusk - e não preparam decerto o terreno como o desejaria a Primeiro Ministra, ao enfrentar em próximo futuro os maus humores dos representantes do seu  Parlamento de Westminster...

                  A posição de Theresa May, manifestamente enfraquecida, se irritara líderes europeus - Emmanuel Macron, o presidente francês, pressionava para fixar o prazo em junho - teve ajuda da influente Angela Merkel : "Sou de opinião que devemos deixar um prazo razoável aos partidos britânicos para negociarem uma saída à crise e, portanto, é muito possível que seja maior que o solicitado pela primeira-ministra britânica."

                     Alguns líderes europeus, como o sueco Stefan Lofven se mostraram preocupados com os efeitos da medida sobre o funcionamento da UE.  Macron resistiu às propostas de extensão do prazo do Brexit até receber garantias de que a Primeiro Ministro ou um possível sucessor não atrapalhariam os trabalhos do  Bloco.  Em seu discurso, Macron frisou por mais de uma vez que uma saída britânica sem acordo seria uma opção preferível, caso o processo colocasse a U.E. em risco.  Mas Donald Tusk, o  chefe do Conselho Europeu, foi taxativo:  "Nossa experiência até o presente, assim como as profundas divisões na Câmara dos Comuns, nos dá poucas razões para acreditar que o processo de ratificação possa ser concluído até o final de junho."


 ( Fonte:  O  Globo )         

Nenhum comentário: