A
menos de quarenta e oito horas para a saída do Reino Unido da União Europeia, o
Presidente do Conselho Europeu, Donald
Tusk, anunciou, na noite de ontem, que o bloco europeu concordara em
ampliar o prazo para o Brexit.
Agendada inicialmente para 29 de março, a retirada britânica havia sido
adiada para doze de abril. Não obstante, diante da possibilidade cada vez maior
de uma partida não negociada, líderes da
UE, temendo cada vez mais a possibilidade dessa saída não-negociada,
concordaram em estender o prazo até o dia 31 de outubro.
A Primeira Ministra Theresa May aceitou
a proposta, que prevê uma revisão do acordo em junho - mês que a princípio a
dirigente inglesa pretendia fosse para a extensão - a fim de avaliar se as
condições impostas estão sendo cumpridas, entre elas a participação do Reino
Unido nas eleições para o Parlamento Europeu.
Donald Tusk informou pelo Twitter que "os 27 membros da União Europeia se colocaram de
acordo acerca de uma prorrogação", e acrescentou que ela era mais curta do
que ele esperava, mas longa o suficiente para permitir ao Reino Unido encontrar
uma solução.
As idas e voltas da May não deixam de irritar os seus interlocutores -
como se percebe através do diplomatês do comunicado de Tusk - e não preparam
decerto o terreno como o desejaria a Primeiro Ministra, ao enfrentar em próximo
futuro os maus humores dos representantes do
seu Parlamento de Westminster...
A posição de Theresa May,
manifestamente enfraquecida, se irritara líderes europeus - Emmanuel Macron, o
presidente francês, pressionava para fixar o prazo em junho - teve ajuda da
influente Angela Merkel : "Sou de opinião que devemos deixar um prazo
razoável aos partidos britânicos para negociarem uma saída à crise e, portanto,
é muito possível que seja maior que o solicitado pela primeira-ministra
britânica."
Alguns líderes europeus, como o sueco Stefan Lofven se mostraram preocupados
com os efeitos da medida sobre o funcionamento da UE. Macron resistiu às propostas de extensão do
prazo do Brexit até receber garantias de que a Primeiro Ministro ou um possível
sucessor não atrapalhariam os trabalhos do
Bloco. Em seu discurso, Macron
frisou por mais de uma vez que uma saída britânica sem acordo seria uma opção
preferível, caso o processo colocasse a U.E. em risco. Mas Donald Tusk, o chefe do Conselho Europeu, foi taxativo: "Nossa experiência até o presente, assim
como as profundas divisões na Câmara dos Comuns, nos dá poucas razões para
acreditar que o processo de ratificação possa ser concluído até o final de
junho."
( Fonte:
O Globo )
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