Condenação de Navalny
Conforme
amplamente esperado, mais uma vez os
ditames de Vladimir Putin foram implementados pela dócil justiça russa.
Em Kirov, o opositor Alexei Navalny foi condenado a
cinco anos de prisão pela suposta apropriação indébita do equivalente a 500 mil
dólares em madeira, de uma companhia estatal.Navalny, que denunciara a corrupção de Putin e de seu círculo, declarou que não tinha ilusões sobre o juízo, preparado adrede para impossibilitar-lhe a candidatura à prefeitura de Moscou.
O ex-chefe de estado Mikhail Gorbachev lamentou a sentença, assinalando ser fato conhecido a falta de independência da magistratura na Federação Russa.
A U.E., através de sua Ministra do Exterior, Catherine Ashton, afirmou ter sido uma farsa o juízo de Kirov. William Hague, Secretário do Exterior de Sua Majestade britânica, manifestou sua preocupação (concern) a respeito.
Por sua vez, a Anistia Internacional verberou as acusações contra Navalny, que reputou altamente questionáveis. Foi sublinhado que o processo tinha sido encerrado por duas vezes, por falta de provas, até ser reinstituído por instruções expressas da principal autoridade investigatória na Rússia.
Detenção de ativista de direitos na China
A esposa Cui Zheng mostrou-se perplexa com a motivação policial, eis que Xu está em prisão domiciliar por setenta ou oitenta dias. Como é, nesses termos, possível que ele tenha sido detido pelo polícia do transporte público, sob a alegação de “valer-se de uma aglomeração para perturbar a ordem na via pública” ?
Liu Weiguo, o advogado que Xu convidou para defendê-lo, expressou sua estranheza contra a acusação que muito provavelmente foi plantada pelos esbirros. De um lado, é bastante esquisito que alguém em prisão domiciliar por 70 ou 80 possa provocar a quebra da ordem pública. Por outro, de que modo um estudioso do direito, conhecido por sua maneira discreta e controlada, e ainda por cima habituado a lidar com a pressão da polícia, poderia ser acusado de escapar de seus guardas e iniciar um cocoré público ?
A resposta obviamente está na brutalidade intrínseca das ditaduras, sejam elas burocráticas ou individuais. O discurso pode variar, mas o lado escuro, i.e., a repressão, não tende a ser muito diverso no que tange aos agentes e às masmorras respectivas, seja na Bielorrússia seja na República Popular da China.
( Fontes: CNN, International Herald Tribune )
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