segunda-feira, 1 de julho de 2013

Cartas ao Amigo Ausente (XVI)


 

                                                 X V I

 

 

        Meu distante amigo Pedro, presente embora na memória frágil do tempo cruel,  

 

        nestes dias carregados de presságios, me descubro a escrever-te pouco empós da última carta. Não é, decerto, agradável viver em compasso de espera, sobretudo se o que paira pode trazer consigo incômodos tão perversos quanto gratuitos.

        O Presidente Clinton, perseguido por Ken Starr e sequazes, terá inventado o artifício psicológico da chamada compartimentação, ou a aplicação moderna do anexim ‘a time for each problem’.[1] Pôde, dessarte, continuar governando ( e vivendo ), mantendo à distância as angústias privadas e as incertezas políticas.

        De minha parte, tenho mais do que dúvidas se tais barreiras mentais são realmente estanques. À noite, te agitam o sono as visitas indesejáveis desses avantesmas, carregando no seu bojo inefável as freudianas caricaturas dessas inquietudes.

       A propósito, não te escapará a desenvoltura com que me refiro ao Dr. Freud. Se ainda não tiveste oportunidade, creio que seria o caso de aí o procurares. Depois de uma boa conversa – se não estiver ocupado com a Anna – hás de verificar que as tuas  prevenções não tinham cabimento. E, assim, ficarás livre de alguns entraves que, por vezes, te tolheram o comportamento terreno.

        O silêncio de Petrópolis foi quebrado por duas comunicações do Dr. Brito. Lá tudo corre a contento, com a despedida do Hermes(x) , após ausência injustificada de vários dias. Na mesma semana começou a trabalhar o híbrido de jardineiro-motorista, de acordo com as especificações da Thérèse. Acrescentou o teu amigo in pectore que ela está administrando bem a casa, posto que sem contar com a lealdade dos empregados. Na minha resposta – que também registrava haver tomado a providência bancária por ele encarecida – assinalei dois aspectos óbvios dessa falta de lealdade. Só restaria a substituta da cozinheira Geralda, entrementes falecida. Se também não é confiável, a única saída seria afastá-la e contratar uma nova. Com a tabula rasa Therezinha poderá ditar as regras que bem entender.

      Hás de convir que para tua mulher é a melhor solução. Com a ajuda do Dr. Brito, as cousas entram em seus lugares. Será o pós-Pedro, mas o que para ti interessa senão uma sistemazione[2] estável para ela ? Faço votos que as contas tenham sido bem feitas, e que os recursos da pensão bastem para sustentar viúva, casa da Visconde do Uruguai e criadagem reduzida. Nada mais apropriado para a sucessora do que novas regras e empregados por ela escolhidos.

     Que o Rezende não é correspondente previsível, já o sabia. Em resposta àquela correspondência que me enviou de Ubá, lhe escrevi missiva de duas páginas em princípios de agosto. Hoje me pergunto se o par de laudas não o terá assustado. Fato é que estou pendente de contestação desde então. Nunca tive ilusões quanto a transformá-lo em uma espécie de ersatz teu, em matéria de cartas. Os anos hão de pesar, além da própria disposição, que sempre favoreceu as respostas orais. As coisas, no entanto, se complicam, pois há um oceano e seis horas de fuso a separar-nos. Tudo isso lhe sopra ao ouvido para deixar para um amanhã indefinido a epístola devida ao amigo do amigo.

         No dia dez de novembro viajaremos, Ana e eu, para o Rio. Faço planos de ir com Rezende visitar a Thérèse. Entretanto, os compromissos médicos da agenda é que decidirão da factibilidade de tais projetos.

         Estou lendo um livro de Cornelius Castoriadis, um pensador greco-francês, que me foi recomendado por Ana. Ele faleceu em 1997 e a obra, sob o título ‘Ce qui fait la Grèce 1. De Homère a Héraclite’[3], é uma transcrição de seminários sobre o tema em 1983. Devo confessar-te que comecei a leitura com maior entusiasmo do que a termino. Dentre os exórdios, há apresentação de Vidal-Naquet, em que o helenista insere discretas restrições no que deveria ser um encômio do estudioso.

        Não me recordo de que o tenhas mencionado, nem ele consta, salvo erro, das listas que me preparaste, em diversas épocas. Pergunto-me se a omissão foi inadvertida, por desconheceres o autor, ou intencional, por considerá-lo de menor peso.

       Pensei na tua monografia sobre o ‘Animal Político’, quando deparei em um dos seminários referência en passant ao æ´ïí ðïëéôéêüí de Aristóteles. A menção é sucinta, sem afastar-se do sentido corrente dado à expressão, e, portanto, não acrescenta muito a uma discussão do tema. Entretanto, em typescript encontrado pelos editores nos papéis de Castoriadis, fizera ele uma súmula do que pretendia versar nas suas preleções. O aludido texto foi incluído, sob o título La Pensée Politique[4], no livro supracitado, em apêndice aos capítulos dedicados aos seminários.

       Conquanto não trate em profundidade da expressão do Estagirita – o que é, de resto, compreensível, atendido o escopo precípuo do estudo – os seus comentários aqui vão um pouco além. Dada a relativa concisão, parece-me oportuno transcrever-lhe as linhas pertinentes: “ La loi est oeuvre humaineelle est l’oeuvre de lTíèñùðïò par laquelle l’Tíèñùðïò se fait   Tíèñùðïò. L’Tíèñùðïò se fait Tíèñùðïò en se donnant une loi. Cela veut dire: en s’instituant alors que sa nature ne comporte aucune limitation interne et naturelle. IÁíèñùðïò æ²ïí ðïëéôéêüí ne signifie pas simplement que l’humain est un animal ‘social’en un sens vague (ou précis: Aristote connaissait évidemment les ruches et les fourmilières, mais il n’a  pas défini l’abeille ou la fourmi comme ‘animale politique’), comme on le lui a pratiquement toujours fait dire. Ce que dit Aristote, en langage moderne, c’est: l’humain est un animal instituant , qui n’existe que par son appartenance et sa participation à une communauté instituée et qui s’auto-institue (se donne ses lois). (...) Et, bien entendu, il y a consubstantialité de cette définitio de l’humain comme ‘animal politique’ et de l’autre: æ²ïí ëãïí h÷ïí, animal possédant le ëüãïò, puisqu’il n’y a de ëüãïò que dans et par la ðüëéò, et de ðüëéò véritable que dans et par le ëüãïò. Pas de ðüëéò sans création d’un espace public d’interrogation et de contrôle réciproques – et un tel espace est déjà  le ëüãïò dans son effectivité.” (Castoriadis, pp. 292 et 293, passim) [5]

        A transcrição saíu algo mais longa do que previra. Relendo-a, porém, penso que terá interesse. Por não relevar diretamente a nosso tópico, suprimi trecho referente a Marx, que definiu ‘o humano como o animal que se autoproduz por meio de trabalho’. Castoriadis considera a concepção de Aristóteles como, a um tempo, mais profunda e mais universal, eis que a definição de Marx se relaciona estreitamente com a época e l’imaginaire do capitalismo.

        Voltemos, contudo, à análise de Castoriadis, no que concerne ao dito aristotélico. Primo, estou convencido de que não o consultaste. Se o tivesses lido, dificilmente te furtarias a inseri-lo no teu trabalho. De minha parte, se fosse eu quem o apontasse primeiro, tenho fundadas dúvidas de que aproveitarias a contribuição, por força da postura a que já me reportei acima. Secondo, a própria circunstância de partir de outro prisma dá ao seu enfoque certa relevância. De acordo com a sua tese, ele está menos preocupado com o aspecto semântico da expressão em si do que com a inter-relação de íüìïò  (la loi), æ²ïí ðïëéôéêüí, ëüãïò, ðüëéò e, por conseguinte, PãïñÜ[6]. Assim, ao comentar a expressão nesse contexto diverso, Castoriadis não questiona o oxímoro. Ao contrário, aceita a tradução tradicional – o homem, um animal político – e se reporta, inclusive, a outras instâncias do emprego de æ²ïí ðïëéôéêüí, e.g., abelhas e formigas, quando empresta a ðïëéôéêüí a acepção de social. Em nenhum momento o autor greco-francês julga imprópria a tradução comum. Se não é um filólogo, o seu conhecimento e leitura do grego clássico se afiguram consideráveis. A par dos estudos, o nascimento já lhe conferia vantagem não negligenciável.

        Em suma, creio que o aporte de Castoriadis te daria a oportunidade de discutir a utilização em âmbito mais amplo desta expressão que julgaste sem sentido. Ao invés de cingir-se à análise do significado no quadro estritamente pertinente, trarias para a monografia a apreciação de alguém que se servia do dito aristotélico como instrumento para desenvolver raciocínio com propósitos diversos do exame a que te propuseste.

        Sei que todo esse arrazoado pode semelhar exercício inútil, eis que a ‘descoberta’de Castoriadis – que devo à minha mulher – ocorreu muito depois de haveres terminado o ‘Animal Político’e da tua lamentável partida. De qualquer forma, a citação deste autor me pareceu demasiado relevante para que a omitisse. 

        Talvez seja beirar a injustiça, dado o caráter das preleções orais, porém superficial é qualificação que pode ser atribuída a determinados juízos de Castoriadis. Ele me parece um tanto apressado em algumas de suas conceituações, sobretudo no que concerne aos pré-socráticos. Há certa tendência para a projeção e a extrapolação de diversas frases desses precursores da filosofia. Não lhe faltam razões, no entanto, quando encarece a necessidade de que se atualize a obra de Diels, não só em função do número de achados posteriores, senão da conveniência de uma nova tradução dos fragmentos, que venha a refletir o presente Zeitgeist[7]. Diante da exiguidade relativa dos fragmentos, poderás obtemperar que qualquer tratamento desse material esparso e lacunoso há de requerer um pouco de imaginação, com o que estou de acordo. O importante é ter-se em mente que se trabalha com hipóteses e não com certezas.

       Acho difícil que hajas ignorado a existência deste estudioso, que, na divisão moderna dos classicistas em platônicos e aristotélicos, se insere entre os segundos.Conquanto tal possibilidade não seja descartável, semelha pouco provável, sobretudo diante do teu conhecimento de personalidades menores no cenário francês contemporâneo, como, v.g., Luc Ferry. Aliás,  a simpatia de Castoriadis por Aristóteles o leva a afirmações ousadas. “Aristote, élève de Platon (...) apparaît comme le véritable philosophe du Ve siècle et de la cité démocratique. (...) Aristote antérieur à Platon. Et cela est visible non seulement dans sa philosophie politique, tout à fait opposée à celle de Platon (...), mais même dans son esprit général et (...) dans son ontologie proprement dite (...). Il réfute (Platon). Et l’on pourrait imaginer un Aristote qui aurait vécu au Ve siècle et aurait écrit à peu près ce qu’il a écrit.”[8]  (Castoriadis, p.39). Os grifos da citação são meus. A tese pode parecer absurda – e, sem dúvida, por mais diversos que sejam, Aristóteles é o discípulo de Platão, a quem consoante a melhor tradição irá transcender – mas tem elementos plausíveis, como a diferença de concepção política. A conclusão será equivocada, mas as premissas merecem consideração.

        Quiçá retorne à questão no futuro. Terás acaso lido esse grego? Com 23 anos, abandonou um país atrasado e presa da guerra civil, para tornar-se um francês na Paris pós-45, mergulhando em um mundo intelectualmente mais provocante e promissor. Com a sua bagagem de estudos clássicos, trazida da Grécia, circulou com desenvoltura pelo meio acadêmico. Se desafia uma classificação determinada, filia-se ao socialismo, leciona na École des Hautes Études em Sciences Sociales, tem militância sindical, e é psicanalista. Essas e outras atividades as exercerá com helênica paixão. Ao cabo, pagará talvez o preço dos polímatas. A dedicação exclusiva, ou pelo menos preferencial, não é só atributo de burocratas.

        De qualquer forma, essa obra tem interesse. Se nunca discutimos acerca de Castoriadis, não me resta senão realizar exame mais cuidadoso do teu livro, e das relações de autores que me passaste. Intentarei, dessarte, obter a resposta que, infelizmente como tantas outras, não mais estarás em condições de proporcionar-me.

        Na carta anterior, escrevi acerca das tuas relações – melhor diria não-relações – com o doutor Freud. Não tenho – seja dito de antemão – a menor intenção de aprofundar ulteriormente o tema, que, dentro das limitações suprarreferidas, já me parece tratado bastante. A vinheta que pretendo acrescentar me é sugerida por imagem tua que trago gravada na mente. Estamos no Urich, quiçá em tarde de 2004, os comensais nas fileiras de mesinhas principiam a escassear, porém próxima e em diagonal à nossa, lá está um grupo de jovens adultos. Preparavas as sacolas para a travessia até o ônibus, decerto para ajeitar um inesperado maço das seções literárias do Estadão, que te entregara, como de costume, o Rezende. Nesse ajustar de livros, luziu a capa, com o seu brilho acetinado de pretos, cinzentos e prateados, do calhamaço de Joachin Fest sobre Adolf Hitler, e as tão tristemente conhecidas cenas das manifestações multitudinárias do nazismo. Como hei de esquecer os olhares entre assustados e sarcásticos daquela roda, que, sem o notares, te fulminaram à maneira de quem individua um saudosista do III Reich. Dardejavam as vistas um sobressaltado assombro, mais surpresos do que indispostos em descobrir pretensas paixões totalitárias que acreditavam cousa de documentário ou de velhos filmes da II Guerra Mundial.

         Não é necessário ler Pirandello para realizar o quão enganosas são as impressões. Ao chegarem em casa, alguns do grupelho terão comentado com a esposa: ‘Sabes o que vi hoje no restaurante ? Um fascista carregando uma bruta biografia do Hitler !’ Para muitos, o fato de portar determinados livros só se explica por motivação ideológica. O inglês tem uma expressão que semelha muito apropriada para esse tipo de ilação: to jump at conclusions.[9] Quantos levam para seus lares julgamentos que crêem definitivos, talhados na pedra, quando na verdade correspondem à visão de um adolescente, entrevista através de caprichosa nesga de mal cerradas cortinas, de o que pensa ser corpo desnudo de mulher.

        O quadro de que foste o ignaro personagem não mentia quanto ao teu interesse pelo Führer. Nascido em 1924, a eclosão de uma das tragédias do século XX te encontraria com quinze anos, portanto com idade para entender o que se passava no mundo, e a ameaça que representou para a civilização ocidental o cabo austríaco. A par disso, entre as tuas inúmeras preferências se achava a história e também o que os alemães chamam de Zeitgeschichte.[10]

        Nessa improvisada barra de tribunal, sou o advogado que acorre em tua defesa. E, no entanto, em tais episódios, pouco há realmente a fazer. Se quisesse em verdade apagar uma apreciação equivocada, eu deveria então me dirigir aos desconhecidos, afirmar que obravam em erro, e aduzir os argumentos apresentados no parágrafo anterior.

       Que resultado lograria com tão abstruso comportamento ? A tua estranheza com a  minha atitude, talvez um desaforo ou uma negação apressado do grupelho, do tipo: ‘Que é isso, ô fulano ? Tá maluco ?’ Aliás, se esse tipo de reação se tornasse corriqueiro, os contatos pessoais tenderiam a causar mais rixas e desforços, do que os becos e os botecos da periferia, nas horas traiçoeiras da madrugada.

        Por isso, meu caro, mesmo sem procuração, se renuncio em abraçar-te a causa em ambientes não convencionais, não abandono esta banca, dada a manifesta injustiça da acusação, sobretudo a alguém que sempre foi amigo das leis, advogado e membro contribuinte da O.A.B.

        Com os meus oito anos de Itália, não me abalançava a taxar de fascista a biblioteca de algum conhecido romano em que houvesse prateleiras plenas de biografias de Mussolini e análises sobre o vintênio. Convivera demasiado com intelectuais e profissionais italianos para cair extrapolações açodadas, eis que il Duce açambarcou mais de vinte anos da história política e cultural da península, para ser ignorado ou encafuado em caixas de livros nos porões dos palácios romanos.

        Ao fim de contas, cabe também aqui o recurso à antiga sapiência aristotélica. No ìÝóïò[11] está a resposta quanto à propriedade de uma conduta. Assim, somente se adentrares residência e te vires cercado de tomos de e sobre o nazismo, será válida a presunção de que o proprietário nutre alguma simpatia por esta ideologia. Daí o engano de tantos, pela circunstância de não disporem de base confiável para formar um juízo, e, não obstante, qualificar alguém disto ou daquilo, fundados no fato de exibir qualquer coisa fora do comum. Desta maneira, não se acoima uma senhora de alcoólatra, por aparecer alegrinha em uma festa, e nem a ti, Pedro, de fascista, por sobraçar a melhor biografia de Hitler !

       Na semana entrante e na seguinte, há duas conferências internacionais aqui em Atenas de que o Brasil participa. Por isso, retardei a nossa ida ao Rio de Janeiro. Se é tempo de azáfama, será mister adiar a próxima correspondência.

       Com o apreço de sempre e a funda saudade que, malgrado as insídias do tempo, só vem aumentando,

                                                  *      *   

                

 

 

 

 

 

 

 

 

 



[1] ‘um tempo para cada problema’.
[2] arranjo (italiano)
[3] ‘O que é a Grécia. 1.  De Homero a Heráclito’.
[4] O Pensamento Político.
[5] A lei é obra humana – ela é a obra do homem pela qual o homem se faz homem. O homem se faz homem dando-se uma lei. Isto quer dizer: instituindo-se eis que sua natureza não comporta nenhuma limitação interna e natural. O homem é um animal gregário não significa simplesmente que o homem é um animal ‘social’ em um sentido vago ( ou preciso: Aristóteles conhecia obviamente as colmeias e os formigueiros, mas ele não definiu a abelha ou a formiga como ‘animal político’), como sempre se lhe atribuíu. O que Aristóteles disse, em linguagem moderna, é: o humano é um animal que se institui, que existe somente por sua ligação e participação em uma comunidade instituída e que se auto-institui (se dá as próprias leis). (...) E, como é lógico, há consubstancialidade desta definitio do humano como ‘animal político’ e do outro (aspecto): animal que tem entendimento (logos), porque não há logos que na e pela cidade, e verdadeira cidade que em e através do logos. Não há cidade (polis) sem criação de um espaço público de  interrogação e de controle recíprocos – e um tal espaço já é o logos na sua efetividade (Castoriadis, pp. 292 e 293, passim).
[6] praça, mercado, ou o centro da cidade antiga.
[7] espírito do tempo
[8] Tradução: ‘Aristóteles, aluno de Platão (...) surge como o verdadeiro filósofo do V século e da cidade democrática. (...) Aristóteles anterior a Platão. E isto é visível não só na sua filosofia política, claramente oposta àquela de Platão (...), mas também no seu espírito geral e (...) na sua ontologia propriamente dita (...). Ele refuta (Platão). E poder-se-ía imaginar um Aristóteles que tivesse vivido no V século e tivesse escrito mais ou menos o que ele escreveu.’ ( Castoriadis, p.39)
[9] saltar para uma conclusão.
[10] história contemporânea.
[11] meio termo
(12) pseudônimo.

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