Síria: é hora de negociações de paz?
Segundo o Ministro de Negócios
Estrangeiros da Rússia, Sergey V. Lavrov,
está maduro o tempo para as negociações de paz na guerra civil síria. Previstas
anteriormente para junho, em Genebra, para o ministro russo estão colocadas
as condições para que as duas partes – o
governo de Bashar al-Assad e a Liga
Rebelde – possam discutir e acertar condições para o estabelecimento da paz.
Como não mais se fala em queda de Assad, e sim
que a força inercial do conflito, sobretudo a partir da tomada da estratégica
Qusair, nas cercanias de Damasco, por uma conjunção de forças de Assad, com o
apoio da milícia Hezbollah, avance
nitidamente em sentido favorável ao governo.Se em tempo relativamente recente, o pressuposto era o contrário, com a queda inelutável do ditador, verifica-se que o continuado apoio prestado a Bashar tanto pelo Kremlin, quanto por Teerã não terá sido em vão, embora a posição financeira do regime alauíta seja periclitante, dada a situação da economia, inviabilizada pela confrontação que marcha para o terceiro ano, já tendo o macabro cômputo de mais de cem mil mortes.
A mudança na evolução da guerra se deve em grande parte à incapacidade rebelde de assenhorear-se de forma determinante de muitos cenários em que os progressos iniciais – como em Aleppo – se transformaram em fronts contrapostos, dadas as limitações da Liga em termos de armamentos.
Dentre os protagonistas no conflito, os curdos – que são a maior minoria étnica na Síria – com a inversão de tendência passaram a cuidar de assegurar-se maior controle da respectiva área, para tanto rechaçando qualquer participação da Liga Rebelde.Não é de excluir que – a exemplo de erros similares cometidos pela minoria curda em outros países – a tentação do maximalismo de parte curda ora se reflita contrário à causa rebelde, para mais tarde ver-se a braços de uma ditadura de Assad mais reforçada e, por conseguinte, habilitada a impor-lhe condições de maior sujeição no futuro.
Por mais precária que seja a pacificação estabelecida por um acordo de paz, o virtual armistício favoreceria a Bashar al-Assad (com vistas a recompor a sua precaríssima situação financeira), para eventualmente estabelecer, se não o statu quo anterior ao início do conflito, pelo menos uma base de operação que o habilitasse a uma gradual recuperação.
Com o próprio esquema de repressão intato, e o aporte das milícias – notadamente a shabiha – Bashar gradualmente se recuperaria, pagaria suas dívidas à Rússia e ao Irã, e se prepararia para digerir, um por um, os enclaves rebeldes.
Para quem, não faz muito, tinha diante dele ou a sua captura para responder na Haia, no foro do Tribunal Penal Internacional, ou o asilo em terras da Federação Russa, Bashar al-Assad terá sobejos motivos para encarar o futuro com menos pessimismo. A quem deve ele agradecer por essa inesperada inversão da tendência na guerra civil ?
Dessas conversações, vazou para a mídia que Xi não demonstrou interesse em tratar de um tópico que interessa especialmente ao presidente da Superpotência. Instado por Obama a debater meios e modos para analisar os ataques cibernéticos, de parte de hackers chineses, a alvos americanos, o novo líder do PCC terá saído pela tangente, evitando qualquer discussão de relevância sobre esse delicado tema.
A escolha desse tópico de parte de Barack Obama se deveu à preocupante desenvoltura da China nesse setor, que se enquadraria naquela Raubwirtschaft[1] que se afigura mais consentânea com rogue countries[2], tipo Coréia do Norte, do que com a segunda economia do Planeta.
As universidades americanas de pesquisa, que são importantes centros de troca de informação no mundo, vem sendo objeto de múltiplos ataques cibernéticos. Por semana são muitos e a maior parte é procedente da China. Embora tais centros hajam procurado incrementar as respectivas defesas, muita coisa é roubada pelos hackers. Além disso, é difícil estabelecer o que foi surripiado.
A maioria desses ataques tem procedência chinesa, malgrado a sofisticação dos hackers seja tal que eles conseguem realizar diversas manobras que, na prática camuflam a verdadeira origem do ataque.
Para que se tenha idéia do alcance do hacking, somente a Universidade de Wisconsin registra de noventa a cem mil tentativas diárias, procedentes da China, para penetrar no sistema. Segundo se acrescenta, há também ataques procedentes da Rússia, e mais recentemente, do Vietnam. No entanto, a predominância é chinesa.
Há muitas medidas para salvaguardar a segurança dos respectivos computadores. Hoje, se encarece aos professores universitários americanos que não levem os seus laptops e mesmo celulares para determinados países – cuja individuação não semelha difícil determinar, à vista de o que precede.
O presidente da Federal Reserve culpa o Congresso
Ben S. Bernanke,
presidente do Federal Reserve Bank,
compareceu a mais um comitê no Congresso, para transmitir o sentir do
Banco Central acerca da situação da
economia americana. Como muita vez sói acontecer, a informação mais importante
do Fed se achava em observações
escritas, que constituíam o nariz de cera de suas declarações ao Comitê.
Disse
Bernanke: “ A recuperação econômica
continua em ritmo moderado nos últimos trimestres, a despeito de fortes
ventos contrários criados pela política fiscal federal.”E o presidente do Fed, com a elocução monocórdia dos financistas, assinalou, en passant que o Congresso poderia ainda pior mais as coisas: “Permanecem altos os riscos que um aperto na política fiscal federal possa ainda retardar o crescimento econômico nos trimestres vindouros mais ainda de o que esperamos, ou que o debate relativo a outras questões de política fiscal, como a situação do teto da dívida venham a evoluir de forma a prejudicar a economia”.
A situação ruim da economia constitui a parte mais importante nas intervenções de Bernanke. Enquanto o desemprego continua alto, a inflação caíu ao seu nível mais baixo, e o crescimento econômico é lerdo.
Para a direção do Fed, a inflação precisa ser incrementada. Com efeito, a elevação nos preços de um por cento é considerada insuficiente (o Fed considera dois por cento mais saudável para a economia). Nesse sentido, Bernanke prometeu agir no sentido de levar a inflação para o patamar de dois por cento ao ano.
Como se sabe, o Banco Central manterá a sua política de juros próximo de zero enquanto o desemprego permanecer acima de 6,5%. Com vistas a acelerar a taxa de crescimento econômico, o Fed está aumentando as suas aquisições de obrigações com caução de hipotecas, além dos famosos títulos do Tesouro americano no ritmo de US$ 85 bilhões por mês.
Circula nos meios financeiros o rumor (que semelha fundamentado) que Ben Bernanke não pretende pleitear mais um mandato de quatro anos, quando o seu segundo terminará em fim de janeiro p.f.
Infelizmente, tem todo fundamento a asserção do Presidente do Fed quanto à má influência prestada pelo Congresso para a evolução da economia. Na verdade, o presidente do Banco Central emprega linguagem diplomática para não dar nome aos bois. É fato notório que as tempestades tendentes a perturbar ainda mais a economia provêm da irresponsabilidade fiscal do Partido Republicano, e para ser mais explícito, daqueles que ora dominam a Casa de Representantes. Não hesitando em valer-se da mudança do teto da dívida fiscal – que terá de ser aprovado no começo do último trimestre – para extorquir concessões da Administração Obama, o Speaker John Boehner se tem prestado aos projetos da facção do Tea Party e agregados ditos hiper-conservadores que se lixam para o interesse nacional. Daí a preocupação de Bernanke com a sua metáfora dos ventos contrários (head winds) contra uma saudável política fiscal que o Congresso – na realidade os radicais da Casa de Representantes, que se valem do gridlock (paralisia) para mandar o interesse nacional americano à breca...
O esperado herdeiro da Coroa inglesa – depois de Charles, príncipe de Gales, e do
príncipe William, Duque de Cambridge – nasceu ontem, 22 de julho, às 4.24 hs
da tarde (GMT), pesando oito libras e seis onças. Hoje, a mãe, Catarina, Duquesa de Cambridge, e o pai Príncipe
William saíram da clínica. Depois de levar o recém-nascido por algum tempo,
Kate o passou para o sorridente pai. Ainda se desconhece o nome que receberá o
menino.
(Fontes: International Herald Tribune; CNN )
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