sábado, 20 de julho de 2019

Miriam Leitão


                                  

         Acompanho desde muito a trajetória da colunista de O Globo. A sua coragem a segue desde sempre, e ela continua a avançar no próprio caminho, em que defende o singular privilégio de opinar sobre as várias situações, sem buscar acomodar-se aos ventos da hora, que, se ela não faz acontecer, tampouco silencia sobre a própria posição.
              Essa relativa solidão a faz ser mais ouvida, e por isso tende a tornar-se mais incômoda a respectiva presença crítica. Essa reação contra as suas posturas não desdenha da ameaça da violência, como se configurou na saraivada de impropérios durante a travessia na Ponte Aérea Brasília-Rio, assim como, alguns anos depois, e evidenciando a mesma coerência, mais uma estranha distinção - como são os ataques da situação,  em especial partindo daqueles na aparência irresistíveis impulsos do poder nascente, que deve ter muito presente o respeito à verdade, para que os raios de Júpiter continuem a cobrar a atenção que lhes é devida.  

( Fonte: O Globo; Geraldo Vandré )

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