domingo, 21 de julho de 2019

Boris Johnson e o saudosismo


                 
       É previsível que o malogro de Theresa May se reproduzirá com Boris Johnson, mas por motivos diversos.  Se ele não é energúmeno, o certo é que faz uma força danada para parecer como se fora do tipo.

          Como já referi neste blog - e faz tempo! - a sua visão sobre uma saída da União Europeia que se equiparasse a uma não-saída - no final de contas o brexit ou não brexit daria no mesmo não parece fazer muito sentido.

              Depois da desastrosa displicência de David Cameron, o antecessor de Theresa May, que pensara que concordar com o referendo de 2016 sobre a permanência ou não do Reino Unido na União Europeia seria coisa de somenos, porque não havia possibilidade de um referendo do gênero pudesse retirar a velha Inglaterra da União Europeia, deu no que deu. Não só acabou com a sua carreira política, mas o que é muito pior, transformou um não-fato em uma realidade.

               Por outro lado, a consequente crise se reflete na entrada em funções de Boris Johnson, que não tardará em verificar que a fórmula de regredir à velha Europa e abandonar a União Européia há apenas de confirmar a  posição secundária do Reino Unido.  Daí, os muitos problemas que advirão de uma ruptura com Bruxelas, o que condenará  a parte jovem do reino de Sua Majestade a um futuro quase sem perspectivas, eis que as aberturas para os estudantes para as universidades europeias não só serão muito menos generosas  - de repente, por um estúpido referendo, convocado em hora errada -, mas também podem criar ulteriores barreiras em área onde anteriormente o céu de Bruxelas  garantia melhores condições, passando agora às restrições burocráticas reservadas ao contingente estrangeiro.


( Fonte: O Estado de S. Paulo )  

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