sábado, 27 de julho de 2019

Até quando haverá bombardeios na Síria ?


                        
        Ataques aéreos do governo de Bashar al-Assad, da Síria,  e de aliados (Rússia)  destruíram escolas, hospitais, mercados e até padarias, matando  cerca de 103 civis nos últimos dez dias, inclusive trazendo a morte a 26 crianças. Esta informação consta do comunicado de Michelle Bachelet, ex-presidente do Chile e atual diretora responsável pelo Departamento de Direitos Humanos, das Nações Unidas.
         Com o apoio da força aérea russa, o governo  sírio de al-Assad iniciara em abril último, ulterior ofensiva contra enclave rebelde no noroeste da Síria (Aleppo), onde estão localizadas as forças remanescentes de opositores ao ditador Bashar al-Assad.
          As Nações Unidas, ao invés de fazer esse gênero de apelo ao ditador al-Assad, que parece prestes a retornar à 'sua' capital Damasco, deveria através das forças que se opuseram a tal ditadura sangrenta fazer um chamado por cessar-fogo que evite o bárbaro sacrifício de crianças inocentes, e que procure estabelecer trégua para esse interminável conflito, buscando criar condições para que cesse de imediato a matança em que notadamente se empenham Bashar e as forças que o apóiam.
            Só através de condições humanas - e não da perseguição raivosa e odienta - que al-Assad pode pretender, no futuro, instaurar de volta a normalidade na Terra da Passagem.

            Se o descendente da dinastia dos al-Assad deseja criar normalidade nesse País, ele terá todo o interesse de aí restabelecer  uma existência civilizada, sem raptos, sequestros, estupros nem expedições punitivas. Isso se Bashar al-Assad valorize a volta da normalidade e a possibilidade de que todos possam fruir de uma ambiência de tranquilidade e segurança, em que as escolas reabram, em que os estudantes estudem e frequentem ginásios e academias, na esperança de que o tempo das mortes súbitas e bárbaras, dos sequestros, e das prisões injustificadas passem a ser restos de um passado que a todos servirá esquecer e superar. E, dessarte, o próprio Bashar al-Assad poderá viajar pela própria terra, certo de que não o espera alguma bomba enterrada, ataque de raivoso punhal, ou traiçoeira emboscada.  Será reabrir os portões da Paz e não as negras cancelas de uma guerra desapiedada e, sobretudo, imprevisível.

              Será através da tolerância ao outro, na existência de leis que criem condições para o Bem Público,  será enfim a volta da Paz, que repele os calabouços, os bombardeios e,  sobretudo, a Violência que só cuida do regaço em que ódio, vingança e morte irrompem    com sua face hedionda, senhores que são da desgraça e, sobretudo, da incerteza que visita a todos aqueles que se voltam e se prostem diante da deusa violência pensando dela conseguir outra coisa que o sorriso escarninho do deus Tánatos (1).
[i](Morte)
(Fonte: O Estado de S. Paulo)




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