Os
inúmeros rumores de dias anteriores se vêem confirmados no que tange ao
governador do Rio, Wilson Witzel, e
de sua esposa.
Com efeito, a Polícia Federal cumpriu
doze mandados de busca e apreensão, que tiveram entre os alvos os
Palácios Guanabara e Laranjeiras, sede do governo estadual e residência oficial
do Governador.
O MPF vê indícios de
"participação ativa" de Wilson Witzel na contratação de empresas
suspeitas de fraudar contratos na Saúde, em inquéritos que apuram se houve
desvio de recursos na construção de hospitais de campanha e na compra de
respiradores durante a pandemia da Covid-19. Nesse sentido, o governador Witzel
teve celulares e computadores apreendidos.
O Governo do Rio de Janeiro empenhou cerca de R$ 1 bilhão em contratos
emergenciais. Nesse sentido, a investigação destaca um contrato entre o
escritório de advocacia da primeira-dama
Helena Witzel e a DPAD Serviços Diagnósticos, cujo sócio é
apontado como operador do notório empresário Mário Peixoto, preso há
duas semanas.
Witzel negou irregularidades e
disse que a interferência do presidente Bolsonaro na PF está
"oficializada". O Governador
afirmou outrossim que políticos ligados ao Planalto já sabiam da Operação. Na
véspera, a deputada Célia Zambelli (PSL-SP) havia antecipado que governadores
seriam alvo da PF.
Assim, um ano e sete meses depois de ser eleito em campanha com a
bandeira do combate à corrupção e o apoio da família Bolsonaro, o governador do
Rio de Janeiro, Wilson Witzel virou
ironicamente um dos alvos de uma operação da P.F., a partir de duas
investigações conduzidas pela força-tarefa da Lava Jato no Rio e pelo Ministério
Público do Rio de Janeiro (MPRJ). A velha rotina de agentes cumprindo mandados
de busca e apreensão em doze endereços, incluído o Palácio Laranjeiras e a casa
na qual ele morara, no bairro de classe média do Grajaú.
O principal objetivo
era o recolhimento de supostas provas do envolvimento de Witzel e de sua mulher, a advogada Helena, em
múltiplas fraudes relacionadas a contratos emergenciais para o combate à pandemia do coronavirus no
Estado do Rio.
O governador
reagiu e disse que a chamada Operação Placebo deixou claro o
"aparelhamento político da PF pelo presidente Bolsonaro, a quem chamou de
fascista e tirano. Este, por sua vez, sorriu quando foi
perguntado sobre o assunto e parabenizou a Pf.
O Ministro
Benedito Gonçalves do Superior Tribunal de Justiça (STJ) afirmou: "após narrativadas
condutas dos investigados e das empresas contratadas, já dispostas no referido
inquérito, o MPF imputa indícios de participação ativa do governador do estado
quanto ao conhecimento e ao comando das contratações realizadas com as empresas
ora investigadas, mesmo sem ter assinado diretamente os documentos, vez que sempre divulgou todas
as medidas em sua conta no Twitter".
De acordo
com as investigações, interceptações telefônicas indicam alterações
contratuais nas empresas que teriam como intui-to ocultar a movimentação dos
recursos públicos recebidos e que há "provas robustas" de fraudes
nos processos que levaram à contratação do Instituto de Atenção Básica e
Avançada à Saúde (Iabas) para gerir
os hospitais de campanha "tudo com a anuência e comando da cúpula do
Executivo. Pa-ra o MP, Witzel "mantinha o comando das
ações". Em sua decisão, Gonçalves afirma que as provas nos
autos lhe deram "convicção quanto a
indícios veementes de autoria e materialidade" para justificar a
concessão das buscas.
(
Fonte: O Globo )
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