sábado, 9 de maio de 2020

Coronavirus derruba aprovação de Putin



       O descontentamento popular com a gestão pelo governo do presidente Vladimir Putin, na Rússia, caíu ao seu nível mais baixo em vinte anos, segundo informa o principal centro de pesquisas independentes do país, o Levada Center.

        Na quarta-feira, a Federação Russa se tornou o quinto país na Europa mais afetado pelo coronavirus,depois de registrar mais dez mil novos casos de contágio pelo quarto dia consecutivo. Segundo estatísticas oficiais, o país relatou 10,599 novas infecções nas últimas vinte e quatro horas, e tem, por conseguinte,  165.929 pessoas contaminadas e 1.537 mortes.

         Em consequência, o índice de aprovação de gospodin (senhor) Putin, o homem forte do regime, caíu  para 59%, em abril, quatro pontos a menos que  em abril último, e onze pontos, mais baixo do que em outubro.

           É muito longe do apoio de quase noventa por cento que desfrutara com a (ilegal) anexação da Crimeia, em 2014 (que o regime, então de Dilma Rousseff, não se pejou de aprovar, apesar de flagrantemente contrária ao Direito Internacional Público e aos princípios da Diplomacia brasileira, segundo o imortal exemplo do Barão de Rio Branco, com as suas repetidas e memoráveis  vitórias em arbitragens internacionais sobre as nossas aquisições territoriais, ganhas por adjudicação de territórios outorgados por árbitros internacionais de nomeada, livremente escolhidos pelas Partes que se julgavam com direito aos referidos territórios em litígio. A tal respeito, me permito sinalizar o memorável artigo "Os perigos do revisionismo territorial",dos professores Monica Herz e João Nogueira (Instituto de Relações Internacionais da PUC-Rio), publicado a três de maio de 2014, pelo jornal O Globo.

               Nesse contexto, nunca será inoportuno sinalizar excerto do artigo sob referência:

        "A complacência brasileira diante da intervenção na Crimeia  em  abril (de 2014) compromete a credibilidade de uma política externa que tradicionalmente, se pauta pela defesa dos princípios da igualdade e da não-intervenção".

( Fontes: Estado de S. Paulo e  arquivo pessoal)

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