sexta-feira, 8 de maio de 2020

A Presidência Bolsonaro


                                           

       Como assinala na sua coluna, a brilhante colunista de O Estado de S.Paulo, Eliane Cantanhêde, quanto mais perdido na Presidência, mais Jair Bolsonaro parte para ataques e demonstrações de força, na tentativa de transferir para as instituições e culpar os governadores pelos próprios erros, e assim dividir o ônus das múltiplas tragédias que assolam o Brasil.
          Este blog já se manifestou bastante sobre a súbita queda do ministro Mandetta, que a muitos pareceu 'castigado' pela sua aceitação popular, e consequente aplicação do indispensável isolamento social, que é a única maneira de evitar tragédias como as da Lombardia, na Itália, da Espanha e a de New York. Já sob a direção do ministro Teich, na Saúde - que se mostrara propenso à "política" que não é a do isolamento social, na verdade a única aplicada pelos países que têm conseguido controlar as hecatombes do coronavírus - e que partiu para o inverso, provocando muita preocupação e inquietude nos nossos vizinhos (Argentina, Uruguai e Paraguai) como já referi nesse blog.
            O que se poderia qualificar no que representa tristemente da anti-política de Bolsonaro, é passível de ser epitomizada na agressiva e por que não? repulsiva pergunta do "E daí ?". Como escreve a tarimbada Cantanhêde, que hoje escreve no Estadão, como ontem se assinalava na Folha de S. Paulo: "Os mortos vão chegando a dez mil e os sistemas de saúde e funerário entram em colapso, mas a prioridade do presidente não são a doença e as mortes. 'E daí?'  A História vai lhe cobrar um alto preço."
               Pouco se poderia acrescentar à descrição da equipée[1] presidencial de atravessar a pé a Praça dos Três Poderes, com empresários e ministros para pressionar o Supremo no sentido oposto  ao que defendem o ex e o atual Ministro da Saúde ? 

( Fonte: O Estado de S. Paulo )


[1] equipée -  ato desenvolto, empreendido  de forma leviana

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