Segundo
se depreende das indicações estatísticas, o Brasil vai-se tornando, como no
poema de Drummond, um claro enigma. Assim, a despeito de que o Brasil até agora
apareça como o sexto país em registro de mortes pela Covid-19, não é bem assim
se atentarmos para o número de óbitos, que só é menor do que os dos Estados
Unidos.
Mas o falso paradoxo não fica nisso,
pois não é que lá, na terra de Washington, a funérea taxa já vai declinando, enquanto
na terra de Bolsonaro ela continua a subir.
E aí é que está o problema que ameaça
envolver-nos todos. Começamos a aplicar
as receitas daqueles, como na Escandinávia e alhures, que já dispõem de base
consistente para vencer o dragão. Este, por culpa nossa, não é o caso do Brasil: se o isolamento
social de quem pode ficar em casa continua a cair - como indicam a inoperância
do governo central e os dados de mobilidade da população - a dinâmica da crise
aparece cruelmente, pois em menos de um mês o nosso país pode superar os
Estados Unidos como o país com mais mortes diárias pelo coronavirus.
É uma lógica cruel. Basta de decisões
burras e irresponsáveis!
Bem fez o presidente do STF, Dias
Toffoli ao suspender decisão judicial que, com base no dito decreto presidencial, liberava o funcionamento de
uma barbearia em Sergipe. Também no sentido da vida, Recife manteve restrições
à circulação de veículos, graças a uma decisão do Superior Tribunal de Justiça.
Só o isolamento social - a que a
demagogia parece detestar - pode assegurar-nos que baixem os tétricos escores
da morte!
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