quinta-feira, 21 de maio de 2020

O que falta no Brasil nesta crise ?


                         
       Segundo se depreende das indicações estatísticas, o Brasil vai-se tornando, como no poema de Drummond, um claro enigma. Assim, a despeito de que o Brasil até agora apareça como o sexto país em registro de mortes pela Covid-19, não é bem assim se atentarmos para o número de óbitos, que só é menor do que os dos Estados Unidos.
        
        Mas o falso paradoxo não fica nisso, pois não é que lá, na terra de Washington, a funérea taxa já vai declinando, enquanto na terra de Bolsonaro ela continua a subir.
         
         E aí é que está o problema que ameaça envolver-nos todos.  Começamos a aplicar as receitas daqueles, como na Escandinávia e alhures, que já dispõem de base consistente para vencer o dragão. Este, por culpa nossa,  não é o caso do Brasil: se o isolamento social de quem pode ficar em casa continua a cair - como indicam a inoperância do governo central e os dados de mobilidade da população - a dinâmica da crise aparece cruelmente, pois em menos de um mês o nosso país pode superar os Estados Unidos como o país com mais mortes diárias pelo coronavirus.
           
             É uma lógica cruel. Basta de decisões burras e irresponsáveis!
         
          Bem fez o presidente do STF, Dias Toffoli ao suspender decisão judicial que, com base no dito decreto  presidencial, liberava o funcionamento de uma barbearia em Sergipe. Também no sentido da vida, Recife manteve restrições à circulação de veículos, graças a uma decisão do Superior Tribunal de Justiça.
          
            Só o isolamento social - a que a demagogia parece detestar - pode assegurar-nos que baixem os tétricos escores da morte!

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