As ditaduras costumam ter um problema. Seus
governos convivem mal com a liberdade de opinião. É desafio que elas não
conseguem contornar. Um exemplo europeu pode ser oportuno. Gospodin Putin, embora guarde paramentos das
demo-cracias ocidentais, tal é visto como algo para inglês ver, nesse provérbio
de nosso império (sec. XIX) quando o reino comandado de Londres não era
exatamente o anão político que é hoje, depois do erro colossal em sair da
Comunidade Europeia.
Agora
a ditadura chinesa, chefiada pelo admirador de Mao Zedong que,
ominosamente, desde cedo se mostrou, que é Xi
Jinping, malgrado a condição de importante centro financeiro que a antiga
colônia de Sua Majestade britânica hoje lhe oferece, não é exatamente um liberal.
Por
isso, apesar das vantagens que lhe oferece como importante centro financeiro a
ex-colônia de Hong Kong, ele convive mal com a ruidosa democracia e através de Carrie Lam e outros quislings se empenha em perseguir os inventivos e ruidosos
demonstrantes, que como incansáveis infinitos infernizam a vida da buliçosa
ilha.
A
democracia, essa tenra plantinha de Mangabeira,
seja em guarda-chuvas, seja em outras imaginações que são próprias da
democracia, sóem sacudir a vida da estólida ditadura chinesa. Lá estive no fim
do século passado, quando a antiga colônia inglesa se aprestava a passar para a
soberania da China Popular, o que não era um bom presságio para os laboriosos
habitantes da ilha. Por mais que se inventassem princípios para a coexistência,
só mesmo a inventiva dos demonstrantes de Hong Kong vem logrando atrasar -
ainda que com sofrimentos mil - que Beijing consiga afinal afastar o fantasma
da democracia, que para a grei autoritária soaria com o tenebroso massacre da
jovem liderança abatida pelo exército vermelho
que pediam democracia na praça da Paz Celestial em 1989. Esta terrível história, já a contei neste blog nas suas brutais
circunstâncias e a sorte cruel no afastamento
protocolar do Premier Zhao Ziyang,
cuja ausência por cerimonial capricho do destino tornaria possível a tragédia
de Tiananmen, e todos esses tiranos que lá até hoje vicejam.
( Fontes: Folha de S. Paulo; Prisoner of the State,
the secret journal of
Premier Zhao Ziyang )
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