Os Ministros militares
do governo Bolsonaro se dizem ofendidos com a decisão de Celso de Mello, ministro do
STF, de ordenar que os depoimentos dos generais Augusto Heleno, do Gabinete de
Segurança Institucional, Walter Braga Netto, da Casa Civil[i]
(sic) e Luiz Eduardo Ramos, da
Secretaria de Governo, sejam tomados até por "condução coercitiva",
ou 'debaixo de vara'.
Eles são testemunhas no inquérito na Corte que apura as acusações do
ex-ministro Sérgio Moro (anteriormente ministro da Justiça e Segurança
Pública) quanto à possível interferência do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal.
Para a citada equipe de generais que
auxilia Bolsonaro, embora os termos usados pelo citado Ministro da Corte sejam
jurídicos, a redação do texto foi "desrespeitosa" e "desnecessária"
na referência aos citados ministros-generais.
Sem embargo, a decisão atinge igualmente
testemunhas civis e integrantes da Polícia Federal, como a deputada federal
Carla Zambelli (PSL-SP) e os delegados Ricardo Saadi, Carlos Henrique de
Oliveira Sousa, Alexandre Saraiva,
Rodrigo Teixeira, Alexandre Ramagem Rodrigues e Maurício Leite Valeixo -
este último, ex-diretor da instituição e um dos
pivôs da crise entre Moro e Bolsonaro.
Nesse contexto, o clima é de desconforto no Palácio e nas Forças
Armadas. Oficiais da ativa e da reserva de fora do governo fizeram coro e
disseram se que sentiram atingidos e tratados como "bandidos". Na
Presidência, a decisão do ministro Celso de Mello foi discutida anteontem, em
reunião no Palácio.
Em tal atmosfera, chegou-se a pensar em uma eventual reação às
expressões utilizadas pelo Decano, mas a turma do "deixa disso" cuidou de amenizar a situação. O entendimento no
Planalto foi de que não se tratava de
caso do Min. da Defesa e dos comandos militares, mas de "ministros da Presidência".
[i]
Segundo estou informado, nem no governo Medici, por muitos havido como o
extremo da ditadura militar na Revolução, o ministro da Casa Civil terá sido
escolhido entre os oficiais militares.
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