Deu no New York Times, que o painel internacional de cientistas determinou com quase absoluta certeza que a atividade humana é a causa da maior parte do aumento de temperatura média. Por outro lado, o nível do mar poderá crescer em mais de três pés (91,44cm), até o fim deste século se as emissões de gás carbônico continuarem na sua atual disparada.
Os
cientistas – cujas observações são reportadas em projeto de sumário do próximo
relatório das Nações Unidas sobre o clima – na prática desconhecem a recente
redução no ritmo do aquecimento, que é muito citada pelo grupo que duvida da
mudança climática. Para a maioria dos estudiosos se trata muito provavelmente
de fatores de curto prazo.
O relatório
enfatiza que os fatos básicos acerca da futura mudança climática estão mais
confirmados do que nunca, o que induz à maior preocupação mundial. Os
cientistas reiteram, outrossim, que as consequências da escalada nas emissões
serão profundas.
Quanto à
responsabilidade humana, o novo relatório será mais incisivo. Em 2007, a
estimativa da participação do homem estava em 90%. Agora, os humanos são a
principal causa em pelo menos 95%.
O nível do
mar se elevará, mas não é possível determinar os níveis locais, que tenderão a
variar. Já no aquecimento global, o aumento será menor que o previsto em 2007:
estará em torno de 1.5 Celsius. No entanto, há um detalhe importante: o projeto
de relatório diz ser possível o
aumento menor, mas não que seja provável.
Quais seriam as consequências
dessa elevação da temperatura média ? Causaria largo derretimento do gelo
terreste, fortes ondas de calor, dificuldades para a produção de alimentos na
agricultura, grandes mudanças na vida vegetal e animal, com uma provável onda
de extinções.
Como se
assinala, o documento é ainda um projeto de relatório, e os seus dados não são
definitivos. Contudo, se a experiência das revisões passadas é indicativa, em
geral a maior parte dos resultados obtidos será confirmada por estudos
posteriores.
Com o passar
do tempo, a seriedade do trabalho dos cientistas tem sido informalmente
corroborada pelo aumento brutal da incidência e da força respectiva dos
fenômenos climáticos. Não se encontrarão muitos negadores de boa fé na costa
leste americana, depois do furacão Sandy, por exemplo. Além a multiplicação dos
tornados, e não só nos Estados Unidos, mas também em terras que em décadas
anteriores a eles nunca tinham sido apresentadas – V. por exemplo o fenômeno no
Sul do Brasil – devem induzir a quem tem juízo na cachola a suspeitar que, com
a farra das emissões de gás carbônico, as coisas só tenderão a piorar.
Assim, no
futuro, vai ficar cada vez mais difícil ser um
denegador climático de boa fé. Excluídos os republicanos de boa cepa, nos
Estados Unidos, e uma parte dos ruralistas no Brasil (haverá sempre os que
tangidos pelas intempéries começarão a ter dúvidas sérias), sobrarão poucos os
que ainda estejam dispostos a endossar as arengas dos irmãos Koch, os grandes
industriais petroleiros dos Estados Unidos.
(Fonte: International
Herald Tribune )
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