sexta-feira, 16 de agosto de 2013

A Covarde Lógica da Barbárie

                                
         A Irmandade Muçulmana, através das chamadas demonstrações, ao que tudo indica se empenha em desafogar a sua incapacidade de enfrentar o exército de El-Sisi, atacando...  igrejas da minoria cristã copta.

         Um tertius que nada tem a ver com o desgoverno de Mohamed Morsi e o consequente tombo de seu partido, é chamado a padecer em  covarde ato de intolerância. Na distorcida lógica a turba disfarça a própria impotência diante de sua vitimização por uma força superior. A ignóbil covardia da multidão se lança sobre um templo cristão, que saqueia e vandaliza.
         Desprotegida pelas autoridades, a criminosa indiferença da polícia surge como autêntica cumplice dos desmandos da massa preconceituosa, que despeja contra a minoria cristã a própria raiva. Não importa que os coptas nada tenham a ver com o malogro de Morsi e a repressão castrense.

         Por constituírem alvo demasiado fácil e acessível, as minorias cristãs são as perseguidas da vez pelo maniqueísmo islâmico. As minorias constituem alvo em permanente disponibilidade, dada a indiferença do poder da maioria que, por cruel cálculo, as entregam aos leões da intolerância. Essa malta é a mesma dos pogroms contra os bairros judeus, na brutal terceirização das derrotas sofridas de que os polloi precisam desafogar-se, ao voltar contra as comunidades mais fracas a própria raiva que não logram exorcizar  com o verdadeiro causador do mal sofrido.

         Não importa que os coptas antecedam os árabes no Egito milenar. Pagam hoje e sempre pela circunstância de terem sido conquistados pelas forças de Maomé, e por serem minoria.
         Há muitas outras comunidades cristãs, como os caldeus do Iraque, e os do Paquistão, que são igualmente vítimas perenes da xenofobia e da intolerância de muitas seitas do Islam.

         Hosni Mubarak, o trintenal ditador egípcio, se teve muitos defeitos, em termos de proteção à comunidade copta, soube honrar o compromisso com o estamento eclesial dessa religião cristã, não permitindo que seja os templos fossem atacados e depredados, seja os fiéis coptas fossem punidos por causa da religião.

          Transcorrido esse momento sombrio na nação egípcia, é de todo interesse que seja também restabelecida a paz religiosa, assegurados à minoria copta todo os direitos de que gozam os demais egípcios, inclusive a preservação de suas igrejas e a sua proteção contra as investidas do torpe obscurantismo.

 

( Fonte:  CNN )         

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