Não às balas de borracha
Em enésima manifestação, a P.M. do Rio de Janeiro
apelou para as balas de borracha. Dada a hipocrisia que lhe cerca a utilização,
e o mal que essas balas já fizeram, deveria ser proibido o seu emprego pela
polícia.
Em São
Paulo, no início dos protestos do movimento pelo passe livre, polícia militar
mal-preparada atingiu repórter da Folha
de S. Paulo com bala de borracha, afetando gravemente a visão da
jornalista.
Trata-se de
uma balela dizer que balas de borracha sejam instrumento não-letal. Ao
contrário, podem causar a morte da pessoa atingida, além de outras graves
lesões, como no exemplo acima.
Por tudo o
que já causaram, as ditas balas de borracha devem ser interditadas pela
legislação federal, e quanto mais cedo, melhor. Não é aleijando pessoas, ou
matando manifestantes que a ordem pública será mantida.
A erradicação da poliomielite
Segundo assinala
o Herald Tribune, o esforço global
para a erradicação da paralisia infantil – em muitas regiões sem nenhum caso há muitos anos – encontra
enorme pedra no meio do caminho. Com efeito, a campanha mundial se vê
fragilizada em duas áreas em que claudica o poder estatal.
Assim, na
Somália, um estado fracassado desde a queda de Siad Barre em 1991, com a fragmentação do país surgiria não só
núcleo terrorista da al-Qaida (ali
denominada al-shabaab), além de base
territorial para ações de pirataria marítima no Índico e adjacências, mas
também a calamidade clínica de 121 casos de pólio na região (abrangendo também
o Quênia).
Por outro lado,
em país no qual o poder estatal enfrenta obstáculos graves, na região do
Waziristan, no norte do Paquistão, um senhor da guerra proibiu as campanhas de
vacinação. Nesse particular, a CIA, ao procurar instrumentalizar uma
ação contra a hepatite na tentativa de determinar a localização de Osama
ben Laden, mostrou questionável
orientação política, ao tornar suspeitas as ditas campanhas. A ignorância do senhor da guerra, Hafiz Gul
Bahadar resolveu, sob pretexto da ingerência política americana, suspender a
autorização de campanhas de vacinação (inclusive contra a poliomielite),
enquanto os ataques dos drones americanos
não cessarem. Por força dessa suspensão,
reapareceram os casos de poliomielite. Se foram apenas dois, bastam, no
entanto, para indicar que o vírus está na área.
O torcedor do
Povão constitui elemento indispensável nas torcidas dos estádios. Afastar os
populares das arquibancadas – para não falar das gerais, na prática extintas –
é decisão de cunho mercantilista, que
pode ter sérias consequências sociais.
O atual preço
dos ingressos e as suas condições de venda podem estar conformes a visão e os
planos de mercado dos senhores executivos da FIFA, mas contrariam a íntima ligação do torcedor de baixa renda
com o futebol.
Se os estádios
não devem ser rinha para as famigeradas torcidas organizadas, tampouco devemos
deles afastar o que em termos de futebol é a presença do torcedor. Ou será que
o propósito é transformar os estádios padrão
Fifa em assépticos locais de gente endinheirada ?
(Fontes: International Herald Tribune, O Globo on-line, Folha
de S. Paulo )
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