Os Democratas se reaproximam de Obama
Senadores e deputados democratas não mais tratam o presidente Barack Obama como alguém cujo contato – ou presença na respectiva base eleitoral – deva ser evitado a qualquer custo. Depois que a economia, com os seus principais índices – dentre os quais o de desemprego é reputado o mais temível – principia a trazer sinais de recuperação, os seus companheiros de partido não mais semelham encará-lo com um pesteado, alguém fadado a transformar-se em um presidente de um só mandato.
É relevante ter presente que os representantes na Câmara têm mandato de dois anos e os senadores de seis. Intui-se, assim, o peso do ocupante da Casa Branca. Se o presidente goza de popularidade alta, os seus correligionários o vêem como fator positivo para ajudá-los no seu encontro com as urnas. Tampouco deverá ser tomado a peito que os políticos do partido busquem dissociar-se dele, se o presidente vai mal nas pesquisas.De uns tempos para cá, os democratas têm aceito – e por vezes se associam sem hesitação – a conexão de suas campanhas com as atividades relacionadas com a eleição do Presidente Obama.
Tem repercutido bem na opinião pública o tema de uma nota só da campanha de Obama – em que frisa as suas diferenças com os republicanos no que tange à classe média. Os democratas assinalam que tal postura ressoa bastante mais nas suas circunscrições do que outros tópicos, como a defesa da lei de assistência sanitária, ou o pacote de estímulo da economia.
Diante da impopularidade da Câmara de Representantes sob domínio republicano, assim como a manifesta negativa de cooperação das bancadas do GOP, no que concerne a legislações do interesse da sociedade civil, a estratégia de um novo Obama, não mais sob a ilusão de um bipartidismo inatingível, apresenta inequívocos traços da exitosa linha de atuação do presidente Harry Truman.
Como se sabe, colocado em minoria no Congresso, ele não perdia ocasião em fustigar o Congresso republicano. Dessarte, o combativo Truman batia sempre na tecla de que a maioria republicana no Senado e na Câmara nada fazia (do nothing) pelo país.
É esse mantra que, adaptado às condições presentes, tem dado ao atual presidente, guardadas as inevitáveis diferenças de temperamento e estilo, uma postura mais afirmativa.
A esse respeito, semelha pertinente o comentário do Senador Thomas R. Carper, democrata de Delaware : “ Penso que as coisas estão mudando mesmo. Deve-se em parte à melhoria na economia. Não sei se já é tempo de primavera, mas os (bons) ventos estão voltando”.
Nem todos os democratas tratam de identificar-se com o presidente. De qualquer forma, os tempos já não parecem tão difíceis e, por isso, as alianças podem variar. Dependendo dos distritos, o apoio pode ser seletivo ou integral.
No entanto, com a confusão prevalente no campo republicano – em que o ultra-conservador (reacionário ?) Rick Santorum continua ganhando caucus, como o do Kansas, e o moderado Mitt Romney não logra firmar-se como o provável candidato da Convenção de Tampa, ao enfrentar obstinada rejeição de parte da base, e em especial a militância conservadora – e os progressos (posto que moderados) na economia americana, a importância de Barack Obama como catalizador de votos tenderá a crescer. São os famosos coat tails[1] (abas do casaco) que podem significar para muito representante (ou senador) democrata a sustentação para a sua permanência na colina do Capitólio, vale dizer, em uma das duas Câmaras do Congresso estadunidense.
A Segunda Operação de Chávez
Acrescentou que este era menor do que o primeiro. Vai submeter-se a tratamento radioativo, em geral utilizado para combater esse tipo de enfermidade.
Malgrado o sigilo que cerca os cuidados médicos relativos ao que Chávez a princípio definira como ‘lesão’, tudo leva a crer que o tumor ora retirado seja uma metástese do anterior.
Diante da eleição marcada para o fim deste ano, serão inevitáveis as questões relativas às condições clínicas do candidato à reeleição Hugo Chávez, dadas as usuais e extenuantes exigências da campanha eleitoral.
O segredo que por decisão própria envolve o tratamento do presidente Chávez é a mãe amorosa de inexgotável produção de boatos e rumores de toda espécie, a maior parte deles negativos quanto às perspectivas dessa luta pessoal.
Não teria sido acaso mais eficaz no que tange ao combate da enfermidade haver preferido o Hospital Sírio-Libanês em São Paulo, com a sua provada e experiente equipe médica, a par de atualizadíssimo equipamento e demais instrumentos de atendimento clínico ? A atmosfera de segredo, própria dos regimes autoritários, lembra os de Polichinelo. Se retarda um pouco o conhecimento do estado geral do paciente, muita vezes enseja que a realidade seja apresentada nos traços deformantes da boataria, a par de não raro lamentavelmente tropeçar no seu precípuo desígnio de esconder o inocultável.
( Fontes: International Herald Tribune, CNN )
[1] Os coat tails são reminiscentes das extremidades das sobrecasacas dos antigos políticos. Segurando-se nelas (metaforicamente) os outros candidatos do partido podiam valer-se dos votos atribuídos aos cabeças de chapa.
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