segunda-feira, 21 de julho de 2014

Piadas de Salão

                                 
 

 Obama e a Crise na Ucrânia

 
               Os correspondentes de imprensa nos Estados Unidos – e não só os brasileiros – adotam em geral  postura crítica em relação a Barack Obama, no que consideram a ‘fraqueza’ do Presidente americano. Escrevem isso com grande desenvoltura, mas ao inculparem o democrata pela sua suposta incapacidade de prevalecer sobre Vladimir Putin, convenientemente esquecem que seu antecessor, o republicano George W. Bush também terá sofrido de similar incapacidade quanto às estripulias do mesmo presidente russo (V. crises da Abkázia do Sul e da Geórgia).
               O que fazer com o líder de ex-superpotência, armado até os dentes com engenhos nucleares, e que cultiva ideologias autoritárias como a eurasiana, com muitas achegas do nazismo e de outras doutrinas que deveriam jazer apenas nas gavetas de historiadores?

               Inculpar Barack Obama pelos excessos do ex-KGB Vladimir Vladimirovich Putin, pode até entender-se na boca de líderes republicanos, intentos em denegrir o Presidente democrata, no afã de preparar o terreno para algum sucessor republicano. Mas essa tópica má-fé – que tão bem casa com o discurso de certas alas do GOP – não se sustenta diante das evidências.

               E o governo americano tem recorrido sempre a sanções econômicas e financeiras, que são aquelas que podem levar Putin à mesa de negociação. É o único modo possível para fazê-lo recuar. Vimos o triste espetáculo de a anexação ilegal da Crimeia ter recebido uma chuva de abstenções (inclusive a da diplomacia de Dilma Rousseff), como se desrespeitar tratados e compromissos internacionais fosse comportamento aceitável no século XXI. Os que, por oportunismo e fraqueza, não condenaram a prática, se sofrerem tratamento equivalente, em que porta baterão?

                Quanto a não lograr que governos europeus sigam a sua linha, devagar com o andor. Não podemos colocar no mesmo saco países dependentes da energia russa, dos demais que dispõem de saídas alternativas. 

                 Como outros ditadores e governantes autoritários do passado, Vladimir Putin tem pés de barro. É na economia e nas finanças que está o ventre exposto da Federação Russa. As sanções americanas pesam e vão pesar ainda mais, se Putin continuar na sua fuga para a frente. Meter-se com tais milicianos e semear à sua volta tantas tempestades é  correr o risco do aprendiz de feiticeiro que abre o frasco dos ventos e dos maus espíritos.

                 Decerto lhe parece fácil fazê-lo. Pensa nas vantagens tópicas imediatas e se esquece dos malefícios e do controle perdido. O diabo será lograr que retornem à velha garrafa.  Ouvir a repreensão de justos como o Primeiro Ministro da Holanda Mark Rutte pode ser o começo da responsabilização por tantos males cometidos contra  inocentes.

 
A Volta de Dunga

 
                  Depois do fracasso de 2010, quando a seleção foi despachada para casa pela Holanda, o técnico Dunga volta a ser convocado pela CBF, agora por José Maria Marin e o coordenador geral, Gilmar Rinaldi, para ser de novo o encarregado do scratch brasileiro.

                  Depois do desastre dos sete a um com a Alemanha, e o espetáculo deprimente de Felipão e Parreira, é esta a renovação que o senhor Marin tem para nós brasileiros?

                  Quando do último vexame – e põe vexame nisso – falou-se na necessidade de um recomeço da seleção, e da urgência de fazê-la entrar em novo paradigma, eis que o padrão Felipão, que Dilma disse ser o do seu governo, não mais serve para o nosso futebol, antes considerado o melhor do mundo e por isso o mais temido.

                   Não há piada de mais mau gosto do que esta. Pois ela reflete um total descompasso com a realidade. Vamos tornar a outra era Dunga, com os selecionados – uns poucos, pois o excessivo brilho irrita ao ex-craque da seleção de 1994 – reclusos em algum compound, naquele ambiente de fajuta família que presidiu a triste empresa da África do Sul?

 

Lula e a Realidade

 

                   A coluna de Ricardo Noblat de hoje, de O Globo, me  parece de leitura obrigatória.

                   Lula, o orgulhoso fazedor de ‘postes’ na política brasileira – e citemos apenas dois, Dilma Rousseff e Fernando Haddad – tem interessantes características – ou talvez vezos -  que o colunista de O Globo cita.

                   Nesse contexto, como premissa básica a frase de Fernando Henrique: “Ao se defender, Lula ataca. Jamais se explica, sempre acusa.”

                   A esse propósito, há pelo menos uma exceção ao comentário de FHC: ‘o efeito devastador sobre o governo do escândalo do Mensalão obrigou Lula a convocar uma cadeia nacional de rádio e televisão para pedir desculpas aos brasileiros’.  Sem embargo, ‘uma vez terminado o julgamento do Mensalão, disse que ele jamais existiu’.

                   Nesse contexto, dentre as ‘bondades’ do ex-presidente, está a circunstância de que “o tempo de propaganda eleitoral de Dilma será três vezes maior que o de Aécio e cinco vezes maior que o de Eduardo” Campos. O ‘porquê’ está no fato de que Lula costurou uma aliança de dez partidos, a maioria de aluguel, que doou a Dilma seu tempo de propaganda em troca de dinheiro e de cargos no governo. Se tudo der certo, Lula promete acabar com os meios pouco recomendáveis que teriam ajudado Dilma a se reeleger.”

                   Acreditar nas promessas de Lula é difícil. O pior é que criam ambiente que contribui para manter a atual podridão, com os quase quarenta ministérios, o aumento dos gastos correntes, etc.etc.

 

 

(Fontes subsidiárias:  O Globo, Folha de S. Paulo)

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