terça-feira, 22 de julho de 2014

Notícias direto do Front

                               

Conflito árabo-israelense

             
        Desde que o Primeiro Ministro Benjamin Netanyahu lançou a operação militar contra Gaza e o grupo radical Hamas, o número de vítimas reflete, como de hábito, o desequilíbrio entre as duas partes. Por ora, são 550 as vítimas no lado palestino – a maior parte delas são civis, e 27 no israelense.

       Após a entrada de forças militares do Tsahal em Gaza, tem crescido o número de soldados israelenses mortos (em geral, vítimas de emboscada).

       A operação de Israel se volta, entre outros objetivos, para a destruição dos túneis entre Gaza e Israel. É  luta desigual, e Tel Aviv se empenha em destruir o maior número das bases do enclave inimigo, antes que a pressão internacional force o governo israelense a assentir a mais uma trégua no conflito entre os dois países inimigos.

       É uma conflagração em que a maior perdedora é a comunidade civil palestina, que vê as suas residências e edifícios destruidos – além da infra-estrutura citadina. Nela se confrontam o Hamas, que é havido como terrorista por Tel-Aviv,  e Israel.

       Assistindo à parte, está a Entidade palestina, com sede em Ramallah, e sob a iderança de Mahmoud Abbas.

       Esse confronto se eterniza por muitas razões. Talvez a principal delas esteja na circunstância de que as resoluções das Nações Unidas não são cumpridas por Israel. Elas determinam a devolução à comunidade palestina  das terras anexadas ilegalmente ao cabo da chamada guerra dos seis dias.  Também contribui para esse estado de coisas, a sistemática perda pelos palestinos de suas terras em Jerusalém oriental, e o caráter parcial da Justiça de Tel-Aviv, que favorece regularmente aos assentamentos ilegais dos chamados ‘colonos’, cuja implantação na terra cultivada por palestinos é incentivada pelos partidos no Knesset e até pela Justiça do estado hebreu.

       Enquanto a injustiça e o desapossamento da comunidade palestina continuar a paz será sempre frágil e artificial.  E crescerão as associações armadas - consideradas terroristas por Tel Aviv – de que a injustiça prevalente  é a causa precípua de sua existência.

       Assim, a verdadeira paz no que tange à antiga Palestina só surgirá quando os direitos de ambas as partes – e, no caso, ressalta o da mais fraca, a palestina – forem respeitados.  Muitos acordos, como v.g. os de Oslo, não foram cumpridos, e a distribuição das responsabilidades não está apenas no que tange a Israel e às entidades palestinas, mas também à comunidade internacional, com especial menção aos Estados Unidos. A sua relação com Israel, de que tinha o suposto controle até a década de setenta do século passado, sofreu uma involução, eis que o estado clientelar de Israel é que tem, no frigir dos ovos, a inaudita preponderância, por uma série de considerações políticas que configuram  processo – que não é inédito – mas que sempre há de provocar espécie, pelo aparente enorme desequilíbrio de forças que o configura.

 

A estranha recessão do Brasil

 

            Quase sem o saber, e sem causas traumáticas externas, o Brasil  é havido em virtual recessão.  A avaliação se funda na circunstância de que o PIB já tenha caído no segundo trimestre, e deva sofrer nova retração entre julho e setembro. Duas quedas trimestrais seguidas, o que configura, portanto, a recessão.

            Sem nenhuma crise externa como fautor, a perplexidade não deixa de ser grande.  Tudo somado, cresceremos, apenas 0,97%, em 2014.  o que é muito pouco.

            A equipe econômica já trabalha, portanto, com a forte possibilidade de que o Produto Interno Bruto (PIB) registre resultados negativos no segundo e terceiro trimestres.

            Por sua vez, o mercado financeiro está cada vez mais pessimista. A pesquisa semanal Focus, realizada pelo Banco Central junto às principais instituições do país, mostra que a projeção para o crescimento do PIB em 2014 caíu pela oitava semana seguida, passando de 1,05% para 0,97%.

             Assinale-se, por oportuno, que em julho de 2013 o mercado trabalhava com a previsão de alta de 2,6%  para 2014. Se o resultado se confirmar, será o pior resultado desde a crise financeira global.

             Há quatro fatores principais para criar tal cenário desfavorável que coincidirá com as eleições presidenciais e legislativas: (a) a alta dos juros iniciada em 2011 para segurar a inflação (provocada pela irresponsabilidade do governo Dilma Rousseff) derrubou a economia; (b) não há mais tempo para uma reação, mesmo tendo presente que o Banco Central encerre o ciclo de aumento da taxa Selic; (c) agravou o cenário o maior endividamento das famílias;  (d) não por último, a preocupação dos brasileiros com a carestia, que leva a maior cautela nos gastos, e, portanto, desestimula o crescimento na atividade econômica.

           Essa recessão, estourando justamente no período eleitoral, não é o cenário dos sonhos de Dilma Rousseff e do PT. Constitui, no entanto, a consequência natural de sua condução da economia.

 

 

(Fontes:  O  Globo, Folha de S. Paulo)

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