domingo, 13 de julho de 2014

Correio da Copa (XXIV)

                                  

        Irreconhecível à medida que o torneio avançava, e chegando ao extremo na humilhação perante a Alemanha, no jogo de ontem em Brasília um conjunto de fatores fez a nossa seleção despedir-se da Copa e de qualquer ilusão de um aceno de eventual recuperação.

       A derrota perante a Holanda (3x0 !) não permite que se alimente muitas dúvidas a respeito disso. É verdade que a tal homenagem que a FIFA pretendia fazer ao árbitro argelino Djamel Haimoudi tratou, e logo de saída,  de cortar qualquer aceno de um retorno à Brasília do time que ganhara a Taça das Confederações (vencendo a então campeã mundial Espanha).

       Não vamos tapar sol com peneira, mas a atuação de Sua Senhoria Haimoudi correspondeu a uma dose para leão. Mal se iniciara o jogo, ele apitou pênalti contra o Brasil, em falta de Thiago Silva em Robben fora da área.

       E a arbitragem não ficou nisso. Os bandeirinhas nessa Copa tiveram sempre boa atuação, com a exceção dos do jogo de ontem...  Não é que no segundo gol contra o Brasil de Guzman recebera impedido pela direita ? E ainda não ficou só nisso: num cruzamento em que o zagueiro De Vrij dentro da área se utilizou do braço esquerdo para cortar, tampouco viu o juiz qualquer irregularidade a justificar o pênalti...

       Não direi que o Brasil tenha jogado bem. Muito pelo contrário. A falta de armador pesou ainda mais do que em jogos anteriores, pelas características da disposição holandesa em campo.  Eram chutões que muito raramente levavam a qualquer tentativa contra a meta do goleiro Cillessen.

        A impressão que se tinha da desordem em campo é que seria um conjunto que acabava de ser escalado, e que os jogadores não tinham jogadas ensaiadas, nem na verdade planos de defesa ou de ataque. Um peladão gigante.

         Mereceu da torcida, por conseguinte, as vaias e o olé. E não é que o povão haja acolhido os jogadores sem apoio. O esforço foi feito, mas não produziu qualquer resultado.

         Chega de vexames. Mandemos para casa Felipão e a comissão técnica. 

          Depois de cem anos é preciso reinventar a nossa seleção. E acho bom fazerem logo, se querem que o Brasil se classifique para a próxima Copa.

 

( Fonte subsidiária:  O  Globo )

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