sábado, 5 de julho de 2014

Correio da Copa (XIX)


                                         

        As duas quartas de final de ontem foram dois jogos bastante diversos entre si. A Alemanha marcou o seu gol no início do primeiro tempo, e  manteve a vantagem em  tarde de baixa inspiração dos jogadores franceses. A arbitragem não comprometeu, e houve clima de disputa leal, sem faltas desqualificantes.

         Já a partida entre Brasil e Colômbia, se começou bem, terminou muito mal na parte disciplinar, com destaque reservado à  deslealdade de brutal joelhaço nas costas de Neymar. Os colombianos terão acreditado a onda da imprensa a seu respeito, e se viam como os favoritos na partida.

         O gol do zagueiro Thiago Silva saíu logo, e durante o primeiro tempo o Brasil desperdiçou várias chances de aumentar o placar. Mais uma vez Neymar não seria o número dez das jogadas eletrizantes. Esteve apagado, como aconteceu na partida com o Chile. Outra infeliz semelhança foi mais uma falta de cartão vermelho, que sofreu desta feita do lateral colombiano Zuñiga. Mas aí infelizmente terminam as similitudes. Pois o foul  foi muito mais forte e desleal  do que o tostão que lhe fora aplicado por  jogador chileno. Como é de conhecimento geral, nesta última  partida a violência foi muito mais grave, a ponto de Neymar haver  sido retirado de campo, de maca, gritando de dor,  para ser encaminhado a hospital, onde determinada a fratura de vértebra lombar, provocada pela criminosa intervenção do lateral da Colômbia.

         A seleção, escarmentada pelo match com o Chile, jogou no Castelão com muito mais afinco e personalidade, sobretudo no primeiro tempo. Adotou a tática da Copa das Confederações e, dessarte, na primeira parte da partida criou várias ocasião de perigo para a meta adversária. O decantado James Rodriguez terá acreditado no incensamento da mídia. Se bateu o pênalti provocado por Júlio Cesar e o converteu foi só. No final, coitado, chorou.

         Há uma outra peculiar semelhança entre as duas faltas sofridas por Neymar, praticadas por jogadores chileno e colombiano. Ambas foram pontuais, feitas de forma desleal, e ambas não motivaram nem cartão vermelho (o único imaginável no caso do colombiano Zuñiga), nem amarelo (como no episódio da partida com o Chile).

         O juiz espanhol da quarta-de-final, Carlos Velazco Carballo,  perdeu o controle do jogo – levou muito tempo, enquanto campeava a violência, para sequer aplicar cartões ou fazer admoestações verbais – e se deixou dominar pelos jogadores da Colômbia. Esses parecem ter acreditado muito no noticiário da mídia. Só esqueceram de ter em mente o retrospecto, que reflete a esmagadora superioridade brasileira.

         Se tivessem jogado mais futebol, com menos faltas e maior lealdade, teriam deixado melhor impressão.

          Creio que o Brasil deve ter alguma representação na FIFA de Herr Blatter e de Monsieur Valcke.  A arbitragem encomendada por esses gnomos até que ajuda a tornar crível que a conquista eventual do Hexa incomode a esses senhores.  É a única explicação para a leva de juízes que tem apitado os jogos da seleção. A começar pelo japonês, que presentou a Neymar com um risonho cartão-amarelo. Outra atuação inesquecível foi a de Mr Howard Webb no jogo com o Chile, ao anular um gol legítimo do Brasil, entre outras gracinhas. E ontem o espanhol Carlos Velazco, que nos deu  aula de como juiz de futebol não deve atuar.

             Felizmente, os zagueiros do Brasil – Thiago Silva e David Luiz – fizeram os gols de nossa vitória.  O primeiro de Thiago, logo no início, e o segundo, uma bela batida de falta da intermediária, com a precisão a que já nos acostumou David Luiz.

             E agora, sem Neymar, teremos de enfrentar os dois últimos jogos que nos separam do sonho (que aspiramos transformar em realidade) do Hexa.
              
       

( Fontes:  O Globo e Rede Globo )

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