terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Novas Direto do Front

                                

Manifestações revolucionárias na Ucrânia 

         A par de suas declarações, supostamente favoráveis às conversações da mesa redonda, o presidente Viktor Yanukovych contribui para a perplexidade da opinião pública por força de abraçar simultaneamente posições contraditórias.
        Após afirmar ser o proponente da referida mesa redonda, quando é do conhecimento geral ter sido a reunião sugerida pelo ex-presidente Leonid Kuchma, semelha difícil determinar a quem Yanukovych pretende iludir com tais transparentes mistificações.

        Por outro lado, a sua polícia vem apertando o cerco aos manifestantes na Praça da Independência, o que não tem decerto contribuído para diminuir a tensão.
        Além disso, a sede do partido de Yulia Timoshenko que Yanukovych fizera condenar por um dócil juiz (no figurino de seu amigo V. Putin) foi invadida pela mesma polícia, que se apoderou de computadores com suas memórias e quejandos. Embora a iniciativa policial não discrepe da política de quem mantenha a líder da oposição em lazareto carcerário interiorano, tal atitude não é muito animadora se se pensa em alguém preocupado em promover o bom entendimento nacional.

        Hoje chega a Kiev a ‘ministra das relações exteriores’ da União Europeia, Catherine Ashton, procurando convencer Yanukovych e seu regime a aceitar o caminho sinalizado por Bruxelas, que é, de resto, a via preferida pelas multidões que promovem as manifestações em Kiev, e se dispõem a resistir  às tentativas de persuasão da força policial.

Enterro de Nelson Mandela

         Segundo Pretória, serão cem os chefes de estado que participarão do enterro de Mandela. Dilma Rousseff - que viajou acompanhada dos ex-presidentes Lula da Silva, Fernando Henrique Cardoso, José Sarney e Fernando Collor - fará o segundo discurso, falando depois de Barack Obama, intervindo em seguida o vice-presidente chinês Li Yunchao (em representação de Xi Jinping), assim como os presidentes Pohamba, da vizinha Namíbia,  Pranab Mukherjee, da India,  e Raul Castro, de Cuba.
         Não há dúvida de que Mandela se destaca da aglomeração de políticos – tanto os que lhe sucederam na União Sul-Africana,  quanto os demais do elenco mundial. Há, no entanto, ausência que discrepa da mensagem de Madiba, e que não parece ser voluntária. Reporto-me ao Dalai Lama, que já teve o visto recusado por duas vezes pelo governo sul-africano (em 2009 e 2011), em clara subserviência a Beijing. O Dalai Lama anunciou que não compareceria – e este solitário não-comparecimento é eloquente, porque não há figura no cenário mundial hodierno que mais corresponda à imagem de Madiba que o Dalai Lama.


Bill Clinton no Brasil

     Com a sua habitual simpatia, nos visita o ex-presidente americano Bill Clinton. No que tange à política intrusiva da Agência de Segurança Nacional (NSA),  o 42° presidente americano discordou da orientação de espionar países amigos por motivos econômicos. Assim, Clinton condena a indiscrição da NSA quanto à Petrobrás e aos depósitos do pré-sal.
      Se bem que muita vez os ex-presidentes estadunidenses se tornam mais liberais e simpáticos após deixar a Casa Branca, a atitude me parece consequente com a orientação de  Clinton e a seu particular apreço pelo Brasil, terra a que costuma visitar amiúde.

      Na última eleição para presidente, quando por conta de imprudência típica de Obama (não se preparara adequadamente para um dos debates presidenciais, e por isso perdeu pontos preciosos nas pesquisas para o candidato republicano, Mitt Romney), Bill Clinton – a despeito de diferenças anteriores – interveio na campanha (e na própria cerimônia de nomination, na convenção de Charlotte, na Carolina do Norte) de forma entusiasta, manifestando todo o carisma e grande simpatia em prol da reeleição de Barack Obama.
      Em consequência desse apoio importante do ex-presidente, Barack Obama até hoje não parece se ter flagrado de que caberia convidar o antecessor para um jantar, mesmo informal, na Casa Branca, para agradecer como presidente reeleito a quem contribuíu de forma generosa e sensível para a vitória final do 44º presidente, que assim pôde contrariar a maldição do Senador Mitch McConnell (Rep.), líder da minoria no Senado, que tinha como mantra consignar Obama à reserva um tanto melancólica dos presidentes de um só mandato na história americana...

 

(Fontes: O Globo, Folha de S. Paulo)

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