sábado, 14 de dezembro de 2013

Notícias Direto do Front

                                 

Censuras à Presidente Dilma

 
        O julgamento do Mensalão ainda não terminou, mas já mandou para a cadeia número substancial de figurões petistas – a começar por José Dirceu – e continua a municiar manifestações do Partido dos Trabalhadores. Nesse sentido, merece atenção especial a tomada de posição de Miriam Leitão, que pode ser resumida pelo seu introito:

“Dilma tomou partido – Quando a presidente da República participa de um evento em que se acusa a cúpula do Judiciário de manipulação, e de ter realizado um julgamento de exceção, está enfraquecendo a democracia brasileira. Foi o que a presidente Dilma fez. O que ela não disse explicitamente, o ex-presidente Lula o fez. O que ela demonstrou no 5° Congresso do PT, por ação ou omissão, é grave.”
         Míriam Leitão escreve coluna em O Globo onde se ocupa precipuamente de questões econômicas e financeiras. É inusitado que essa conceituada comentarista, que se assinala pelo cuidado nas suas observações (e há muito o que referir quanto ao comportamento do governo Dilma Rousseff no que tange à economia), tenha sentido a necessidade de manifestar-se sobre questão de conotação política  e jurídica.

          Na conclusão de seu artigo, está a explicação para a tomada de posição: “Dilma pode não ter gostado do resultado (do julgamento da Ação Penal 470), pode discordar das penas pessoalmente, mas enquanto exercer o cargo (de Presidente da República) não existe o ‘pessoalmente’ em assuntos institucionais. Militantes podem atacar o Supremo. Mas a presidente da República, não. Sua presença naquele ato é lamentável e enfraquece a democracia.”

 
Yanukovych cede e se reúne com líderes oposicionistas

 
          Nesta sexta-feira, o Presidente Viktor Yanukovych reuniu-se com os principais líderes oposicionistas.  Embora eles nada tenham ouvido de conciliatório nas palavras do presidente, o líder do Partido da Pátria, Arseniy  Yatsenyuk, embora não acredite na sinceridade de Yanukovych ao prometer que as forças da ordem não empregarão métodos enérgicos para com os manifestantes, reconhece que ele deu a sua palavra neste sentido.

          Vitali Klitschko, o campeão de boxe, que preside o partido oposicionista UDAR, foi ainda mais incisivo, ao frisar que nenhuma das exigências da oposição havia sido levada em conta pelo governo: “a mesa redonda foi só propaganda”.
         Participaram da reunião com o Presidente organizadores dos protestos e os três ex-presidentes. Rinat Akhmeton, o homem mais rico da Ucrânia – que controlaria cerca de trinta a quarenta membros do Parlamento  - recomenda que o governo seja mais aberto quanto às suas intenções.

       Líderes religiosos, como o Patriarca Filaret, da Igreja ortodoxa ucraniana, recomenda que não se use força contra os manifestantes.  Além desse entendimento, os líderes mais influentes tendem a um consenso sobre certos pontos básicos: negociar com os líderes dos protestos e voltar para a senda da integração europeia.

      Em tal sentido, há indicações seguras de que o governo voltou a dialogar com Bruxelas. Há expectativa quanto à posição de Putin, eis que a Federação Russa  é grande credora da Ucrânia pelo fornecimento de gás. Nesse contexto,  espera-se que tenha mais flexibilidade na questão que toca a União Aduaneira (a congregar ex-repúblicas da finada URSS), para que um entendimento entre Yanukovych e a frente das oposições seja factível.

 
Argentina limita importação de carro
 

        Segundo noticia a Folha, o governo de Cristina Kirchner decidiu reduzir em até 27,5% as importações de automóveis e veículos comerciais leves no primeiro trimestre de 2014.
        Levando em conta que dos veículos importados pelo país vizinho, 67% deles vêm do mercado brasileiro, e que de janeiro a novembro último, 87% de nossas exportações em automóveis de passeio foram para a Argentina,  compreende-se que o principal afetado pela medida será o Brasil.

        A antipolítica da Administração Kirchner – para que o Mercosul não é exatamente um acordo obrigatório, mas sim uma das condicionantes no intercâmbio entre os dois países (com as usuais retenções na fronteira, se insere a incógnita nas relações comerciais, com o consequente prejuízo para o Brasil, e o relativo esvaziamento do Mercosul) – volta à baila, e mostra, se necessário fosse, o caráter precário do Mercosul, e a incerteza  que o subdesenvolvimento insere nas relações entre os dois maiores parceiros do Mercado Comum Sul-Americano.

 

(Fontes:  New York Times, O Globo, Folha de S. Paulo)

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