sexta-feira, 1 de junho de 2018

O Enigma Italiano


                        
           
            Afinal, o presidente Sergio Mattarella concordou com o novo gabinete italiano, encabeçado  por um professor de direito, com dúbias credenciais acadêmicas, Giuseppe  Conte, que foi re-indicado pelo Movimento Cinco Estrelas, de Luigi di Maio, de esquerda, que será Vice-Premiê e ministro do Trabalho, enquanto Matteo Salvini,  líder da Liga, de extrema direita, irá assumir a Pasta do Interior, e também é Vice-Premiê.
            Após três meses de impasse, e uma minicrise com o presidente Mattarella que, a princípio negara a chancela ao gabinete, por causa da indicação de Paolo Savona, economista anti-euro, e que fora a primeira indicação de Giuseppe Conte, e pré-indicara Carlo Cottarelli, para encabeçar gabinete técnico interino,
            Como dito acima, no entanto, essa mini-crise foi superada com a indicação de Giovanni Tria, professor de economia em universidade de Roma,  para o Ministério das Finanças. Apesar de crítico da União Europeia, Tria não defende o abandono do Euro, e é defensor da simplificação da burocracia, o que agrada à Liga. 
             Com o desacordo da coligação  M5S e da Liga, um gabinete técnico presidido por Cottarelli, tinha escassas possibilidades de aceitação, e, dessarte, o economista Cottarelli não tardou em apresentar a própria renúncia ao mandato que recebera do Presidente Mattarella.
              Por conseguinte,  Conte foi confirmado, e Savona - que provocara a mini-crise - foi mantido no gabinete.  Assim, o economista anti-euro  irá comandar a pasta das relações européias, designação de menor importância, mas que ainda permite que Savona tenha voz em questões relacionadas à U.E.
               As expectativas do mercado sobre as perspectivas desse Gabinete de Giuseppe Conte, ladeado pelos dois chefes políticos  Luigi di Maio e Matteo Salvini (ambos vice-primeiro-ministros), não são exatamente de grande otimismo.
               O advogado tem maiores ligações com as Cinco Estrelas de  Luigi di Maio, e é aceitável para a Liga. Por não ter força política própria em comparação com os dois chefes políticos que o ladeiam, terá sido proposto  pelo M5S e aceito pela Liga.

( Fonte: Folha de S. Paulo)

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