A saída de
Parente não foi um efeito direto da greve dos caminhoneiros. No entanto, vários atores políticos entreviram
oportunidade para agir contra a política
de preços da Petrobrás, a partir da entrada em cena da greve dos caminhoneiros.
Houve ataques diretos e indiretos, dentro do esquema governista. Dessarte, o Presidente do Senado, o
governista Eunício Oliveira (MDB-CE) atacou o Presidente da Petrobrás ... e não
houve quem o defendesse de parte do Governo Temer.
Mais outras sugestões surgiram, de acordo
com o nível de cada um. Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, defendeu
subsídio ao gás de cozinha. Já Moreira
Franco (Minas e Energia) passou a defender um 'colchão' - além do diesel - para amortecer os preços de
outros combustíveis.
E não era só isso, pois
além dessa ação do Palácio do Planalto e de lideranças do Congresso, havia o
interesse do Governo nos R$ 100 bilhões
do leilão dos barris de petróleo
excedentes da cessão onerosa do pré-sal.
Faltou, manifestamente, empenho ao
Senhor Presidente da República em manter
na chefia da Petrobrás a Pedro Parente.
A frase do Presidente Parente, na sua carta de demissão, "minha permanência deixou de ser positiva para a construção de alternativas" expressa claramente a falta de vontade
política de mantê-lo na direção da Petrobrás,
na qual Parente se terá mostrado demasiado à altura do desafio dessa
mega-companhia.
Já nos quinze dias da greve dos caminhoneiros, a Petrobrás foi de empresa mais valiosa da América Latina
para a quarta posição entre as listadas na Bolsa, atrás da Ambev, Vale e Itaú.
Agora se anuncia como novo presidente da Petrobrás a Ivan Monteiro, que
foi levado à estatal por Aldemir Bendine, preso na Lava-Jato. Sem embargo, Monteiro é bem-visto pelo mercado.
(
Fonte: O Estado de S. Paulo
)
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