Se alguém desejar
desmoralizar a política na Itália, querendo validar uma série de chavões sobre
os italianos, a impressão é de que este
alguém ora se encontre em Palazzo Madama e Palazzo Chiggi.
Assim, pelas declarações de Matteo
Salvini, líder da Liga, o novo governo vai procurar renegociar os tratados
europeus - os acordos internacionais que estabelecem as regras de funcionamento
da U.E. Mas vejam quem é o escolhido
para esse papel senão Paolo Savona, o mesmo economista que está na raiz da última
crise política, causada pelo veto imposto pelo Presidente Mattarella à coalizão
!
Será que essas pessoas que denegam
as conquistas do europeismo, sabem da contribuição que os políticos italianos
deram ao movimento europeísta, logo ao fim da segunda guerra mundial, que
deixou grande parte da Europa em ruínas e na pobreza, e que foi pelo trabalho
de políticos italianos como de Gasperi
que levantaram dos destroços da guerra
fascista a Itália, através do trabalho e da união entre os grande partidos - a
Democracia Cristã, os Socialistas e os Comunistas? A presença da Itália no movimento europeísta
data da Comunidade do Carvão e do Ferro, que foi o embrião da Comunidade Econômica
Europeia, em que líderes italianos, alemães e franceses estão entre os
pioneiros do reerguimento da Europa, depois da loucura hitlerista e fascista?
Ignorar ou desprezar o passado, é
correr o risco de repeti-lo. E foi justamente tendo presentes os objetivos de
construção da Paz, da Reconstrução, do Trabalho e da Prosperidade que se
procedeu à União Europeia, encetada é bom que se reitere pela união de povos
como o italiano, o francês, o alemão e tantos outros que atuaram na reconstrução e na criação de condições
para o trabalho, a prosperidade e o contínuo avanço que o movimento europeista
trouxe para o Velho Continente.
Por isso, o que importa é a seriedade
da participação italiana no movimento europeista. Não vamos jogá-la por terra -
ou ridiculizá-la - se permitirmos que gente ignorante ou que não sabe o que diz
venha a desmoralizar a grande contribuição do Povo italiano à Causa europeia.
Por sua vez, depois dos anos de
seriedade do Partido Democrático - ainda que o trabalho de seus Primeiros
Ministros não haja podido satisfazer as exigências do Povo italiano (pois, se o
tivesse outro seria o resultado das últimas eleições...) - de qualquer forma é
que os expoentes do Partido Democrático transmitiam aos simpatizantes da Itália uma imagem extremamente positiva
desse país, a qual corroborava impressões anteriores, que tais
contribuições tem trazido à civilização mundial, tanto no campo do Direito,
quanto da Política, para não falar da Ciência e Literatura...
Dessa forma, se não devemos confundir
democracia com demagogia, nem popularidade com populismo, tampouco se deve entregar a democracia a gente ignara, a demagogos que literalmente
não sabem o que dizem.
A Europa foi palco de muitas guerras
que, infelizmente, foram crescendo em poder destrutivo com os séculos. Vamos
tentar pôr um fim à tentativa de repetir, quiçá pela ignorância, os erros do
passado.
Daí é importante não esquecer que há
princípios que a Europa propagou pelo mundo.
O amor ao saber é um deles. Por
esse amor, cultuamos a construção e não a destruição. Todos os Povos têm grande contribuição para a
História da Humanidade, e a velha Itália se agiganta nesse grupo.
É relevante notar que para
enaltecer a Itália não há necessidade de refugiar-se em passados
longínquos. A presença da Itália no
mundo é mais do que importante. O
exemplo da Itália, através de sua contribuição à política, à economia, à
literatura, às ciências em geral tem enorme relevância, que não se deve
contestar pela ignorância ou por movimentos que desmintam a contribuição do
Povo italiano ao mundo.
Nada melhor do que conhecer essas
obras, esses monumentos, essa literatura, para que tenhamos uma posição muito
diversa quanto ao papel dos povos na História.
E, sobretudo, não menosprezemos a grande contribuição que a Itália
trouxe à História, e que decerto continuará a dar através de sua Gente, exemplo
de Cultura e Civilização, como há tão poucos nesse mundo.
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