Sob pressão, a Chanceler alemã, Ângela Merkel e o Presidente da França,
Emmanuel Macron, deverão propor à
União Europeia a criação de plataformas de desembarque para fazer a triagem de
estrangeiros que tentem alcançar o continente europeu.
A estratégia foi definida pelos dois
líderes, a dezenove do corrente, em Meseberg
(cercania de Berlim). A dupla e, sobretudo, a Merkel têm um senhor desafio pela
frente: convencer os 26 chefes de estado e governo a aceitarem a redistribuição
dos imigrantes em solo europeu.
Há
uma crise política, causada pelo ultimatum
do líder da União Social-Cristã, Herr
Horst Seehofer, ministro do Interior. Pressionado pela Alternativa para a Alemanha
(AfD),
o partido neo-nazista, nas próximas
eleições na Baviera, Seehofer exigiu que providências sejam tomadas quanto à
questão migratória. Ele teme perder a maioria na Baviera, e ser derrotado pelos
neonazistas.
Na
reunião de ontem, dezenove de junho, os
dois líderes discutiram as bases de projeto de reforma da legislação
imigratória da U.E. Nesse aspecto, a atuação de Macron ajuda a ameaçada Merkel,
eis que Macron advoga reformas nesse
campo: ambos confirmam o reforço dos efetivos da Frontex, a agência europeia de fronteiras, que é encarregada do
patrulhamento dos limites da U.E. Dessarte, o orçamento da Agência seria reforçado,
e mais de dez mil agentes contratados nos próximos anos, com o consequente
aumento da polícia de fronteiras.
Nessa mesma linha de ganhar apoio de países mais afetados pela chegada
de imigrantes, se propõe o aumento do orçamento dessa agência, e assim mais de
dez mil agentes serão contratados para reforçarem o efetivo da polícia de
fronteiras.
Nesse sentido, a Merkel manifestou solidariedade ao novo
primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, que encabeça o
gabinete populista, prometendo maior auxílio aos países mais afetados pelas
vindas de imigrantes, casos da Itália e da Grécia.
Segundo o Presidente Macron, os dois governos se acordaram em propor a
Bruxelas a criação de Agência Europeia
de Direito de Asilo, a que incumbiria harmonizar as regras nacionais para a
concessão de refúgio aos estrangeiros em situação de risco.
Essa declaração abre a possibilidade de reforma do Regulamento de Dublin que
prevê deverem os imigrantes solicitar asilo no país em que chegarem primeiro - o que sobrecarrega os países nas
fronteiras externas da Europa.
Sem
embargo, o principal destaque da reunião Macron-Merkel foi a aceitação da proposta
formulada pelo premier da Áustria, Sebastian Kurz, e pelo da Dinamarca,
Lars Lokke Rasmussen, de criação de centros dedicados à chegada dos imigrantes.
Isso acabaria com impasses como o da semana passada em relação ao navio Aquarius, que ficou à deriva no
Mediterrâneo, lotado de refugiados procedentes da África, quando a Itália, sob
o gabinete populista de Giuseppe Conte,
decidiu fechar seus portos à embarcação.
Como se sabe, o barco pôde enfim ancorar no Porto de Valência, na
Espanha, por iniciativa do novo Primeiro Ministro espanhol.
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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