quinta-feira, 28 de junho de 2018

Mal-estar no Supremo


                              
          Na verdade, o mal-estar referido acima se reporta à Segunda Turma, em que os ministros próximos ao PT são maioria, dada a circunstância de essa Turma ter cinco membros e bastam três, portanto, para  se obter o controle.
          É o caso de Lewandowski, Toffoli e do livre atirador Gilmar Mendes. As últimas votações, com a libertação v.g. de José Dirceu, transmitiram essa impressão, mas ela pode ser enganosa, se a votação for para o pleno.
          De toda maneira, tem havido uma exploração na imprensa que pode ser excessiva, se tomarmos o STF na sua totalidade. Não creio que o relator da Lava-Jato, o Ministro Edson Fachin, esteja em minoria dentre os onze membros do STF, máxime no que tange a uma decretação da libertação do ex-presidente Lula.
             Como se sabe, o Ministro Fachin decidiu monocraticamente arquivar pedido formulado pela defesa de Lula quanto à sua libertação.
              A respeito da orientação do Supremo, como os seus membros permanecem os mesmos, a presidência de Toffoli pode trazer modificações adjetivas, máxime no que tange à pauta - e sem querer cair em contradição, lembrar que o adjetivo pode afetar o substantivo...
               Por sua vez, não se deve esquecer que Toffoli indo para a presidência, deverá ensejar que a sua antecessora Cármen Lúcia vá para a Segunda Turma, contribuindo assim, mesmo que indiretamente, para reforçar a posição do Ministro Fachin.  

( Fonte:  O Estado de S. Paulo )

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