Feito o
trabalho da Lavajato – nenhuma das
prisões foi levantada, com exceção da de Renato Duque, através de liminar do
Ministro Teori Zavascki, que atropelou
súmula vinculante do Supremo – a Procuradoria Geral da República denuncia 36 suspeitos e cobrará R$ 1,186 bilhão
dos acusados.
Segundo o
Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, que participou da
divulgação da denúncia, aduziu que ela é resultado de apenas uma fase de longa
investigação.
Consoante
estimativas dos Procuradores, R$ 286 milhões foram desviados só em
contratos com a Diretoria de
Abastecimento, então comandada pelo hoje delator Paulo Roberto Costa.
No que o Procurador-Geral
definiu como uma ‘aula de crime’, foi pedido o ressarcimento de R$ 1,186 bilhão desviado por seis
grandes empreiteiras. Nos 36 envolvidos, há 25 altos executivos ou funcionários
de menor escalão das seis grandes: OAS, Camargo Corrêa, UTC, Mendes Júnior,
Engevix e Galvão Engenharia (estão indigitados presidentes, vice-presidentes e
integrantes dos conselhos de administração das empresas).Este é o primeiro
núcleo, o das empreiteiras.
Do total acima, de conformidade com a
denúncia, R$ 286 milhões foram apropriados exclusivamente pelo esquema de Paulo Roberto Costa (o Paulinho das reuniões com Lula) e o
doleiro Alberto Youssef, ligados aos
PP, e igualmente denunciados. Essa diferença de valores corresponde à parcela
que teria sido repassada à Diretoria de Serviços, comandada por Renato Duque, indicado pelo PT (José
Dirceu), que ainda está sob investigação, posto que liberado pela liminar de
Zavascki, como acima referido.
Segundo
o MPF, a organização criminosa instalou-se na Petrobrás em 2004 e perdurou até
este ano. Consoante o doleiro Youssef, das quatro empresas de fachada por
ele utilizadas (MCO Consultoria, Empreiteira Rigidez, RCI Software GFD
Investimentos). Através dessas ‘empresas’ foram lavados R$ 74,1 milhões.
Janot não prevê tempos breves para mais esta
fase da Operação Lava-Jato.
‘Essas
pessoas roubaram o orgulho dos
brasileiros’, afirmou o Procurador-Geral da República. ‘A complexidade dos
fatos nos leva a intuir a dimensão desta investigação, vamos conduzir de forma
equilibrada e serena, mas de forma firme e contundente.’
Nesta magna causa, há dois
delatores-premiados (através de suas informações foi possível identificar os
culpados, seja no todo, seja em parte). Paulo
Roberto Costa, diretor de abastecimento da Petrobrás, garantia a assinatura
do eventual contrato, não obstante muitos dos valores estivessem acima do
previsto pelos técnicos da Petrobrás. Ele fazia parte do 2° núcleo, o dos funcionários públicos da Petrobras, que inclui
também Renato Duque, o diretor liberado da prisão por liminar do Ministro Teori
Zavascki. Paulo Roberto recebeu inclusive pagamento através de bens, como o Land Rover com que foi mimoseado.
As participações de cada empreiteira
envolvidas na lavagem foram as seguintes, de acordo com a denúncia. Estão em
ordem decrescente:
Camargo Correa mais UTC : R$ 36.876.887,75; Engevix: R$ 13.432.500,00; OAS: R$ 10.300.038,93; Mendes
Júnior mais GDF: R$ 8.028.000,00; Galvão Engenharia: R$
5.512.430,00. Para que se tenha ideia do ressarcimento buscado, que é necessariamente
pelas multas e outras despesas legais muito superior ao ganho ilícito de tais
empresas, assinalo o que será cobrado pelo Erário a Camargo Correa e UTC: R$ 343.033.978,68
Não ajuda decerto à imagem
do Partido dos Trabalhadores que essa grande
roubalheira (nas palavras do Ministro Felix Fischer, do STJ) se haja
instalado na Petrobrás a partir de 2004, no meio do primeiro mandato de Lula da
Silva, e se estende até o corrente ano, sob Dilma Rousseff.
O colunista político de O Globo, Merval Pereira faz importante
comentário, ‘Orgulho roubado’ de que cito apenas o introito:
“Para aumentar ainda mais o vexame
da CPI mista do Congresso, que um dia
antes divulgara o escabroso (sic)
relatório do deputado petista Marco Maia tratando com ligeireza cúmplice o
escândalo da Petrobrás, o Ministério Público Federal apresentou ontem as
primeiras denúncias contra 36 investigados pela Operação Lava-Jato”.
Discrepando do surrealista
relatório de Maia que não indiciou ninguém – tentando, como foi referido
alhures, abrir o gigantesco forno da pizza
dos sonhos do Partido dos Trabalhadores, destaca-se o trabalho sério da
Procuradoria-Geral da República, e da Justiça em particular, com o Juiz de 1ª
Instância da Fazenda Pública, Sergio Moro. Para Rodrigo Janot, há
elementos suficientes para a abertura de processo criminal.
Como oportunamente sublinha Merval
Pereira, “a CPI dominada pela base aliada e relatada pelo petista Marco Maia não identificou, num ato vergonhoso
que achincalha o Congresso” o esquema de corrupção na Petrobrás.
A máxima famosa de Lord
Acton “O poder corrompe. E o poder absoluto, de forma absoluta” não
poderia encontrar no governo do PT, e da maioria parlamentar de gnomos que o
apóia, mais escrachante e ultrajante confirmação.
E, quem sabe no futuro, em aula sobre
a decadência desse Congresso dominado pelo Partido dos Trabalhadores, e da dita
base aliada dos senhores Renan Calheiros
et al. será retransmitida pelo you tube a exposição do deputado Marco Maia, no passado presidente da Câmara e
hoje pequeno e medíocre soldado da tropa petista empenhada em operações que
rivalizam com as de embranquecimento e
lavagem. Nesse contexto, em matéria digna da lata de lixo da história, estarão as imagens de sua burocrática leitura do vergonhoso relatório de CPI que se afunda nas sombras da própria
irrelevância.
( Fontes: O Globo, Rede Globo )
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