Para metade do Brasil, o segundo turno da eleição
presidencial foi experiência penosa. Não é, no entanto, hora de chorar sobre o
leite derramado.
Algumas lições importantes podem ser,
no entanto, retiradas dessa luta.
O candidato de metade do Brasil –
aquela do Sul, Sudeste e Sudoeste – abandonou –e em boa hora – a postura
anterior, um tanto abjeta, em que se procura ocultar a própria origem e
mensagem política.
Não render-se à postura agressiva do
PT – e de bizarramente empulhar ao adversário a suposta necessidade de
justificar uma Administração que não saíu marcada nem pela inflação, nem por
escândalos do porte que maculam a atual – já constitui um bom começo.
Esse governo do PT, marcado pelo
brutal e desavergonhado aparelhamento do Estado – como se o Brasil deles fora
propriedade – não há de recuar diante de nada que repute estar no seu caminho,
por mais que tal comportamento se diferencie do respeito devido ao adversário
leal e empenhado na defesa dos respectivos ideais.
Esta Senhora, cujo formação em termos de
direitos de cidadania deixa bastante a desejar, não julgou devido que no seu discurso
de aceitação do veredito do Tribunal Superior Eleitoral fizesse menção da
mensagem recebida de alguém mais preparado e com maior bagagem do que ela.
Por si só, isto já é lamentável, porque
tais procedimentos, ao invés de diminuirem quem não recebe a mínima atenção
devida, em verdade se voltam contra quem, por ignorância ou má-fé, não mostra a
grandeza necessária para passar da categoria de chefe de partido para a de
estar em condições de representar toda a
Nação brasileira.
Talvez porque o dinheiro do Brasil esteja
sendo gasto com tanta liberalidade em magnas obras no Caribe – quando a
situação de nossos portos mereceriam maior respeito – é que agora querem nos
impingir com a designação de bolivarianos.
Nada mais distante de nossa formação e
nacionalidade do que as andanças do Libertador. Tampouco nada temos a ver com o
significado posterior, que traz uma pecha do neosindicalismo marcado por
enormes déficits tanto de democracia, quanto de fundos com origem segura.
Que a atual chefe de fila do PT, alcançada
a reeleição, não se esqueça dessa simples verdade. Muito nos custou chegar à
democracia, para que nos resignemos a considerar que o Brasil seja feudo de
partido, ou de quem quer que seja acima do Estado e da Justiça.
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