Não é
novidade, mas continua constrangedor. Os
problemas da Presidenta com as contas públicas – que são decorrência da gestão
ruinosa da economia – vão ser ‘resolvidos’ com aquele velho jeitinho à
brasileira, que o esquema do Plano Real e a arquitetura da legislação de
controle (a lei de responsabilidade fiscal) tencionam tornar irrelevante.
A
mistura de sólida incompetência e irresponsabilidade voluntarista força as
‘otoridades’ a inventarem mágicas, que nos trazem de volta ao mundo das decisões para inglês ver – a
administração sabe que não são para valer, que prejudicarão ulteriormente a
economia e o conceito do Governo, mas vai em frente, fingindo cinicamente que
cumpre a legislação.
Nada
de superávit primário para pagar os juros da dívida. Ao invés, com escasso
respeito ético (e não se refere aqui ao público, mas ao próprio, que é suposto
ater-se às normas regulamentares), as autoridades financeiras e do planejamento,
e agora um prestimoso parlamentar, o Senador Romero Jucá, nos vem com mais um
jeitinho, que a Presidenta outra vez torna inelutável.
Não se
pejando de vir a publico, e ainda por cima perante as câmaras do Jornal
Nacional, Jucá finge que o povo aceita
gato por lebre. Ao invés de superávit primário, a linguagem oficial promete
“meta de resultado”, ou seja, reconhece que o banido por autoridades mais
responsáveis – vale dizer o déficit fiscal – vem fantasiado com trajes que não
enganam a ninguém.
Não é
de hoje que voltamos ao tempo da irresponsabilidade fiscal.
Por
idiossincrasia eleitoral, uma precária maioria determina que dona Dilma deva
continuar a maltratar as finanças públicas.
Os números decerto minguaram, mas foram
bastantes para garantir a Lula, consoante asseguram seja o seu propósito, que
coloque em 2018 a sua pretensão a um terceiro mandato.
Com a
devida vênia, reluto em acreditar que o aparelhamento petista vá continuar a
perder de vista. O regime involui até o presente em que as únicas verdadeiras
crises de confiança se acham nos boatos soezes de que a bolsa-família seria
interrompida.
Desse
susto, decerto serão poupados os titulares desse assistencialismo.
Tendo
presentes as características da gestão econômico-financeira, é de prever-se que
as crises devem continuar, com o natural agravamento causado por incompetência
congênita.
No
entanto, a paciência tem um limite, e até mesmo a fiel base de sustentação não
parece ser mais de ferro, como dantes. Assim, pasmem!, para surpresa de muitos, sob a pressão de uma
oposição revigorada, não é que fecharam por ora a fábrica de pizzas
parlamentares, e concordaram com a
quebra do sigilo fiscal, bancário e telefônico do tesoureiro do Partido dos
Trabalhadores, o sisudo João Vaccari Neto ?
Vai
que...
( Fonte
subsidiária: O Globo )
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