A reeleição pode ser dádiva
maldita. E no caso de Dilma II nada tem surgido no horizonte que desminta por
ora esse vaticínio.
Ontem, a mensagem de Gilberto
Carvalho já transmitia avaliação negativa do Governo Dilma, mensagem que não se
coaduna com o cargo de Secretário-Geral da Presidência. Falha a atuação da
Administração Dilma no que tange aos
movimentos sociais ?
Para o representante de Lula no
governo, Dilma não tem mantido as relações que o seu antecessor teve com os
principais atores na economia e na política. Tampouco atendeu às demandas dos movimentos
sociais.
Hoje é a vez de Marta Suplicy.
Surpreende o Planalto, ao formalizar o seu pedido de demissão quando a
Presidenta está em viagem ao exterior.
Há quem interprete o gesto como o
de quem não mais teria condições políticas
de permanecer no governo. Marta estaria isolada no PT, máxime depois de
haver apoiado o “Volta, Lula”.
Assim, Marta evita o desconforto
de ter de pedir audiência para a Chefa. Entregando dessa forma, contorna a
relação de subordinação.
Por outro lado, a ex-Ministra faz
críticas veladas à política econômica, deseja o “resgate da confiança e da
credibilidade” do governo e... reclama do orçamento de sua Pasta.
E na sua atitude, que evoca os
antigos partas que surpreendiam os seus adversários ao lançarem dardos
mortíferos de o que parecia a princípio
uma súbita debandada, a Ministra não
esperou que o Planalto como é praxe divulgasse a correspondência. Uma vez protocolada a carta na Casa Civil, a
(ex)ministra repassou o conteúdo para
colunista de “O Estado de São Paulo”, e, em sua página no Facebook, colocou o
link para a matéria do jornal, confirmando a demissão.
Escusado dizer que o procedimento
não foi bem recebido em aras do Planalto.
Escapará o Brasil de ser rebaixado por
Agência de Avaliação de Risco?
Os sinais dados até o momento pelo
novel Governo Dilma II só tem mandado para o mercado sinais de mais do mesmo, o
que, trocado em miúdos, significa que aos operadores só resta apertar o cinto
diante das turbulências que a dílmica gestão começa já a prometer.
Os jornais voltam a falar de contabilidade criativa. Não poderia ter sido pior a iniciativa de
enviar ao Congresso projeto que altera a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de
2014 e permite que todas as despesas do Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC) e respectivas desonerações tributárias sejam abatidas da meta
do superávit primário (que é poupança para o pagamento de juros da dívida
pública). Na prática, portanto, a mudança desobriga o governo de fazer de
qualquer esforço fiscal no corrente ano, eis que juntos tais gastos somam R$
138 bilhões (R$ 54 milhões com PAC e R$ 84 bilhões com desonerações).
De saída, o Governo Dilma II
desmonta uma das pernas do tripé da política macroeconômica, que é justamente a
realização de superávits primários. Com esse tipo de malabarismos, o governo já
sinaliza que não fará qualquer esforço para pôr a casa em ordem.
(Fonte:
O Globo)
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