Boa parte da chamada base aliada não
apareceu na sessão de ontem, nessa legislatura em que o grosso dos
parlamentares só dá as caras no Congresso na quarta-feira. Diante do percalço –
e sem maioria – os governistas não lograram aprovar a nova versão da Lei de
Diretrizes Orçamentárias (LDO) que
flexibiliza a meta do superávit primário
(economia para o pagamento dos juros da dívida pública).
Na verdade, flexibilização não passa de eufemismo para o
não-cumprimento da meta fiscal, diante de uma realidade madrasta, que é o
presente estado das contas públicas sob Dilma Rousseff.
A oposição fez,
portanto, o seu papel, inviabilizando a aprovação a toque de caixa da nova LDO, que como todo remendo não sairá bem
no retrato. Trocando em miúdos, será operação para Wall Street ver (como antes se referia o para inglês ver). Dessarte, como toda tapeação tem de ser encarada,
não como a deseja o Governo Dilma, mas como realmente é – um remendo, feio como
tais expedientes, mas cujos efeitos negativos poderiam ser relativizados, caso
os cortes sejam para valer, e a nova Administração fazendária de Levy & Cia. dispuser da necessária
autonomia para empreender a aturada
faina de corrigir as tropelias do Dilma I.
Os ires e
vires do pós-eleição, com a confirmação do resultado, em quadro, contudo, não
de todo clareado, eis que pela raia de fora corre o mega-escândalo da
Petrobrás, e cujos reflexos sobre o Governo em grande parte dependem dos autos
do processo, com as muitas evidências da roubalheira (e nada menos do que o
usualmente ponderado Superior Tribunal de Justiça (STJ) assim qualificou a
corrupção na Petrobrás).
Daí o
significado - que pode ser pressago – da
charge de Chico Caruso sobre os dominós e sua sucessiva queda no escândalo da
Petróleo Brasileiro S.A.
Sob outro
ângulo, até que o choro das carpideiras de plantão foi muito menor de o que se
poderia esperar. Esse aspecto da questão denota a contrario sensu a gravidade da situação. De qualquer forma, a
nova equipe – que inclui o veterano Alexandre Tombini no Banco Central –
liderada por Joaquim Levy, na Fazenda e
Nelson Barbosa, no Planejamento – deverá começar a operar com base no Palácio
do Planalto.
Neste período
de transição, os que saem permanecem nos seus gabinetes, e seria com eles que
serão amadurecidas as novas medidas, mormente aquelas no campo fiscal, com os
integrantes da equipe entrante. Não se podem excluir, portanto, as
discrepâncias refletidas em vazamentos e em otras
cositas más, resultantes da atmosfera que humanamente tende a circundar tal
processo.
( Fonte: O
Globo )
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