A quem quiser acreditar, em sua
entrevista de ontem, Dilma Rousseff prometeu
controlar a inflação. Por primeira vez, a presidenta declarou que no próximo
mandato terá de ‘fazer o dever de casa’.
Para que o país volte a crescer, acenou
com corte de gastos públicos. Embora não haja citado as áreas que sofreriam
cortes, afirmou que há problemas nos gastos com pensões por morte, abono
salarial e seguro-desemprego, que seriam alvo de fraudes.
Mas a Dilma conhecida também esteve
presente na entrevista, notadamente quando disse que redução de ministérios “é
uma lorota”.
Não há dúvida de que existe cultura
inflacionária na postura do ‘blocão’, pregado pelo candidato a presidente da
Câmara, o Deputado Eduardo Cunha. Se Dilma conseguir controlar as
pretensões desse deputado do PMDB que corre por fora, e que pensa valer-se de
promessas demagógicas para firmar a própria paliçada ao revés de o que desejam
as instâncias oficiais, a começar pelo próprio PT, é decerto uma outra estória.
É difícil acreditar na conversão de
Dilma às limitações de cumprir com o dever de casa. Lula da Silva, em seu primeiro mandato, teve em Antonio Palocci um bom ministro da Fazenda. Isso, no entanto, implica em
concessões presidenciais, que Lula teve o bom senso de acatar, para que o
trabalho de seu auxiliar direto tivesse um bom resultado.
Com o seu comportamento e o caráter
imperial, Dilma Rousseff se conformará a
não mais ter a última palavra em termos fazendários, ainda mais se a acompanha
desde o primeiro mandato toda uma equipe que está demasiado acostumada à sua
(desastrosa) regência econômica ?
Os primeiros indícios – se esquecermos as
promessas da entrevista – não são na verdade tranquilizadores.
Houve já uma primeira investida contra a
Lei da Responsabilidade Fiscal, por mais que os arautos de plantão assegurem
que ela continua a ser respeitada.
Mágicas não funcionam no combate à
inflação. A Prefeitura de São Paulo, que
está confiada ao ‘poste’ Fernando Haddad mostra como se fora
galardão uma dívida bilionária. Ao invés
de encaminhar o respectivo pagamento, mesmo que de forma limitada, trata-se de
empurrá-la e aumentá-la com a barriga. Outro exemplo se esperaria da principal
prefeitura em termos nacionais.
( Fontes: O
Globo, Folha de S. Paulo )
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