Fantástico quarentão
A Folha publicou no
domingo boa reportagem sobre o Fantástico,
cuja crise se vem arrastando há anos. Ideado por Boni, na década dos setenta, dentro do formato de revista de variedades,
no âmbito televisivo, talvez o mais sério desafio por ele encontrado no período
inicial terá sido o ambiente político de então, anos de chumbo e de
pesada censura. Daí o modelo utilizado, análogo ao das revistas gráficas da época (Manchete e no exterior,
notadamente Paris-Match e Life), em que o eclético (de tudo um
pouco) dava as mãos à necessária superficialidade, para vencer em Pindorama as
paranoicas lentes dos censores.
À falta de um
programa novo, o Fantástico tem sido objeto ao longo dos anos de diversas
reformas, que, no entanto, não logram modificar-lhe a ideia básica e, por
conseguinte, necessariamente malogram. O Fantástico teve sucesso no seu
lançamento e nos primeiros anos pela originalidade da concepção, sua
conformação dentro dos paradigmas do momento (o modelo de revista de
variedades) e estrita obediência às injunções do regime militar.
As sucessivas
reformas desse programa dominical, motivadas pela queda na audiência, podem ser
comparadas às tentativas de adaptar um modelo T às exigências de públicos
novos. Se lhe falta originalidade
criativa na concepção, por mais mudanças adjetivas que se trate de aplicar ao
programa, o seu conceito, inda que fantasiado, permanecerá substancialmente o
mesmo. E é aí que mora o problema.
Réplica de Barbosa a Lula
O Presidente do
STF, Joaquim Barbosa – que foi o relator da Ação Penal 470, i.e., o processo do
chamado Mensalão – afirmou que merece “o mais veemente repúdio” a avaliação do
ex-presidente Lula da Silva, de que o dito julgamento pela corte teve “80% de
decisão política”.
Segundo
Barbosa, Lula teria “dificuldade em compreender” um Judiciário independente. Por sua vez, o
Ministro Marco Aurélio Mello, também do STF disse: “não sei como ele tarifou,
como fez essa medição. Qual aparelho permite isso ? É um troço de doido.”
Os dois
pré-candidatos presidenciais se manifestaram de forma igualmente negativa
quanto as assertivas de Lula. Para Aécio Neves (PSDB) Lula “não faz bem à
democracia”. Por sua vez, Eduardo Campos (PSB) afirmou que decisões judiciais
não devem ser discutidas.
Merval Pereira, em sua coluna, releva
contradições do ex-Presidente. Até mesmo
na entrevista à tevê portuguesa, sublinha o colunista que Lula exercitou a sua
incoerência, “uma hora dizendo que não estava ali para criticar o Supremo e em
seguida dizer que o julgamento fora político”.
Também, de acordo com Merval, ele deu
declarações discrepantes em relação à Petrobrás. Escusou-se de comentar o escândalo,
alegando para os jornalistas estar ‘por fora’. Depois, ao realizar que não lhe
ficava bem dizer que estava por fora da polêmica aquisição da refinaria de
Pasadena (adquirida durante o seu governo) tentou consertar a assertiva empurrando a culpa para a imprensa, que teria
entendido errado...
(Fontes: Folha de S. Paulo, O Globo )
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