A paralisação foi liderada por um
soldado, Marco Prisco, vereador em Salvador pelo PSDB e pré-candidato a
deputado.
As greves nos
serviços públicos essenciais – saúde e segurança – foram irresponsavelmente
permitidas pela Constituição de 5 de outubro de 1988. Com essa falha gritante e
beirando o criminoso, esse gênero de greve tem grassado não só em Salvador
(vejam o curto intervalo para nova chantagem: a anterior foi em 2012), mas
também na Brasília, no próprio Distrito Federal, com uma maneira solerte e
igualmente danosa de pôr em perigo a incolumidade da cidadania, entregue na
prática à bandidagem.
Em Brasília,
foi uma espécie de greve branca, a chamada Operação Tartaruga, de que
resultaram totais inaceitáveis para uma cidade, ainda mais o Distrito Federal
onde se acha sediado o poder executivo nacional. O Governo do Distrito Federal,
Agnelo Queiroz, que é do PT, dispõe de baixíssimo nível de aceitação, que se
deve a muitas causas, entre as quais está a de ter tolerado a dita operação da
PM muito além de o que deveria. Que um
atrevido movimento ocorra na capital da república não respinga sobre o seu
governador (pomposo nome para uma função de prefeito), mas também sobre o
governo federal, que tampouco deveria admitir que um estado de coisas do gênero
se estendesse pelo espaço de muitas semanas.
Morre Gabriel Garcia Márquez
Sofrendo de
câncer, que se originara dos pulmões, e nos últimos anos levando existência
reclusa devido à sua demência senil, Gabriel Garcia Márquez morreu no México,
aonde viveu nessa derradeira fase.
Foi escritor
prolífico, com muitos contos e romances, mas a sua obra prima, que lhe deu o
Nobel de Literatura em 1982, “Cem Anos de
Solidão”, a mítica história de não tão imaginária Macondo, se tornaria um
best-seller mundial, vendendo incontáveis milhões de livros.
Como se assinalou,
Macondo apesar de enfurnado no interior da Colômbia, refletia a condição
humana, a ponto de torná-lo língua franca para leitores espalhados pelo mundo
afora.
Um outro
livro, “O Amor nos Tempos do Cólera”,
era o preferido de Garcia Márquez, mas o seu sucesso foi bem inferior ao dos “Cem
Anos de Solidão”, a que deve a cerimônia em Estocolmo. Quiçá porque este último fosse considerado
demasiado colombiano para ambicionar os galardões mundiais da saga de Macondo.
(Fonte: Folha de S. Paulo)
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