A atitude do Partido dos Trabalhadores
no que tange à C.P.I. da Petrobrás reflete o desespero diante da possibilidade
de que essa Comissão parlamentar descubra qualquer coisa acerca da maior
empresa brasileira com potencial ainda mais desestabilizador.
Não há
dúvida de que é essa também a avaliação de Dilma Rousseff e do próprio Lula da
Silva. Quanto mais se saiba sobre como o PT-governo tratou a Petrobrás, pior
será tanto para a imagem do patriarca Lula, quanto para a Primeira Ministra Dilma, outra das invenções de Nosso Guia para dar
credibilidade à sua chefe de gabinete como estadista.
A análise a
tal propósito de Ricardo Noblat tira qualquer dúvida a respeito dos porquês
dessa tática petista de engavetar ou pulverizar um eventual trabalho sério de
uma CPI. Para quem tem de esconder tanta coisa, compreendem-se as táticas
dilatórias empregadas pelo PT situacionista.
Será bom
lembrar que foi sob Lula da Silva que se comprou uma refinaria já carcomida, um
verdadeiro elefante branco no estaleiro ? Além disso, como frisa Noblat, “é
grande o desconforto de Lula e Dilma com a exposição pública de mazelas da
Petrobrás.” O aparelhamento da função
pública nos dois mandatos de Lula atingiu em cheio a Petróleo Brasileiro S.A., com o loteamento
político de cargos na empresa, não esquecida de resto a precedência dos velhos
companheiros petistas.
Quanto a Dilma, será bom recordar que o
caso Pasadena atingiu e muito a sua imagem de notável gestora, como aproveitou
a Lula divulgar, para justificar-lhe a precedência sobre outros militantes
partidários, com maior experiência na matéria ? Que a presidenta saia do sério
quando Pasadena venha a lume, o episódio do bilhete manuscrito para os
jornalistas do Estadão, em que ela trouxe a crise para dentro do gabinete
presidencial, já o demonstrou e de modo escrachante.
Agora os
petistas torcem para que a Ministra Rosa Weber faça um agrado ao poder, e deixe
para o próprio Congresso o encargo de decidir sobre o formato da CPI da
Petrobrás. Essa não é, no entanto, o palpite mais difundido acerca da liminar
de Rosa Weber. Por motivos insondáveis, se pensa que a Ministra vai despachar
em favor da CPI, como deseja a oposição.
A esse
propósito, é sempre oportuno lembrar que a tentativa de adivinhar a orientação
de magistrado constitui missão de alto risco, dada a possibilidade e a
probabilidade de que os mais eruditos alvitres sejam lançados ao vento pela
decisão do(a) juiz(a) que, por ser subjetiva, será sempre necessariamente
infensa a qualquer intento de determiná-la
de antemão.
De todo
modo, esses episódios relativos à Petrobrás tem sido muito ilustrativos por
mostrarem quão baixo pode descer um partido que não haja logrado dissociar a
própria ideologia das conveniências e das armadilhas do poder, como de resto
sumarizou de forma definitiva Lord Acton.
(Fontes: coluna de Ricardo
Noblat; O Globo; VEJA)
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