Inflação de D. Dilma
Segundo a
colunista Miriam Leitão, a inflação estará acima do teto perto da eleição. De
acordo com a economista Monica de Bolle – citada por Miriam – até o meio do ano a inflação superará o teto da
meta.
A alça da carestia é um fenômeno sistêmico: “a inflação tem se mantido alta por muito tempo e quando isso acontece qualquer choque eleva a taxa e ela sai dos trilhos” (Monica de Bolle, apud Miriam Leitão).
Ataque à Lei da Responsabilidade Fiscal
Como se há de
recordar, a investida contra a Lei da Responsabilidade Fiscal (LRF) começara com
os agrados para o prefeito Haddad, companheiro petista, ora na Prefeitura de
São Paulo (que tem enorme dívida com a União).
Pegando jacaré
com a proposta de modificação dos indexadores encaminhada pelo Governo, o
projeto prevê que as dívidas de estados e municípios passem a ser corrigidas
pela taxa Selic, ou pelo IPCA mais 4% a.a., o que for menor. No esquema
concessivo, o texto da proposta permite ainda a revisão retroativa dos estoques
até o fim de 2012.
Como esse projeto,
pela sua irresponsabilidade e afronta aos princípios da LRF, justamente em
momento em que as contas públicas passam por crise de credibilidade (dados os
malabarismos fiscais do Tesouro, que já se tornaram notórios), tal proposta
aprovada nas comissões do Senado foi duramente criticada pelo mercado, dada a
afronta que constitui à Lei da Responsabilidade Fiscal.
E, vejam só,
depois de iniciar o processo – cujas implicações conhece bem – o Ministro da
Fazenda, Guido Mantega, retirou o apoio à referida emenda e disse que ela não é
mais uma prioridade para o Governo. Sem embargo, essa barretada vem de quem
acionara a máquina infernal da desestruturação da LRF. E como seria de esperar,
em ano eleitoral, o Congresso faz com que a emenda à Lei da Responsabilidade
Fiscal siga em frente, eis que
supostamente ajuda a reduzir o endividamento de estados e municípios.
Entretanto, não é
com estórias da carochinha que se põe jeito nas finanças dos Estados e
Municípios. No melhor dos casos, o truque fiscal repassaria o débito para as
finanças da União, com as presumíveis consequências.
Este episódio
relativo à Lei da Responsabilidade Fiscal frisa muito bem o papel ambivalente
do Governo Dilma. De forma leviana e pouco responsável, põe em funcionamento mecanismo que só
pode trazer mal para a LRF. O escopo primeiro seria beneficiar a Prefeitura da
S. Paulo – ora sob comando petista – ‘recompensada’ pelo fato de até hoje não
haver cuidado de atender ao pagamento da própria dívida. Não adianta agora,
como faz o Ministro Mantega, mandar vir a bacia para lavar as mãos, e afirmar
que a dita proposta deixa de ser responsabilidade do governo... Uma vez a
máquina posta em funcionamento, se se trata de agrados e benesses em ano
eleitoral, fica complicado dissociar-se dos respectivos efeitos...
CPI ampliada é remédio para quê?
A manobra, além
de ser dilatória, é diversionista, eis que inclui tópicos de que têm suposta
responsabilidade os governos do PSDB (SP), e do PSB (PE). A maioria petista busca assim jogar na arena os pré-candidatos Aécio Neves (PSDB) e Eduardo
Campos (PSB).
A par disso, o
PT e os demais partidos aliados se empenham em adiar ao máximo o início do
processo, consoante a determinação do condestável Lula da Silva, a quem seria
anátema ressuscitar uma comissão tipo Mensalão.
Com esta amorfa
maioria que o PT vem conseguindo
manipular, o mais provável é que a futura CPI, se sair de seus cueiros, vá
obedecer à velha prescrição de Orestes Quércia,
que tinha uma queda por pizzas...
(Fontes: O Globo, Folha de S. Paulo)
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