A queda de Dilma, segundo o Datafolha
Diz muito mais do
que a atual pesquisa do Instituto Datafolha, o alívio sentido nas hostes do PT
pela sua queda de seis pontos. Com efeito, se temia um tropeço maior, e a
inflexão de seis pontos foi acolhida como o mal menor.
Com esses
magros 38%, Dilma venceria com a dispensa de um segundo turno.
Não sendo
Marina candidata à Presidente (por ora), vê-se o quanto foi importante que os
cartórios do ABC paulista tenham encontrado tantas fichas faltosas naquelas que
informaram o requerimento da Rede de Sustentabilidade. E se o voto do Ministro
Gilmar Mendes naquela sessão do TSE não houvesse sido solitário ? São perguntas
que ficam no ar...
Pois, vejam só. Em uma simulação com Marina
como candidata à Presidente, ela seria a única candidata que forçaria um
segundo turno contra Dilma.
Consoante o
Datafolha, por ser o menos conhecido dos candidatos, Eduardo Campos tem
possibilidade de transformar a sua desvantagem (é o menos conhecido dos
postulantes: 42% dizem não conhecê-lo) em vantagem, dada a menor rejeição
percentual de que é passível.
O governo do
PT é vítima do próprio desgoverno de Dilma. Assinala-se a deterioração das
expectativas no que tange à inflação (mantém-se constante, batendo sempre no
teto da meta), além de emprego e poder de compra.
Outra
involução importante – no que concerne à Presidenta – foi registrada pela atual
pesquisa, i.e., a queda na aprovação do governo Dilma. Nesse contexto, há uma
disparada da frustração com as realizações de Dilma: se há pouco mais de ano
era de 34% o sentimento de que ela
faz menos pelo país de o que se esperava, agora são 63% dos consultados que emite esse juízo negativo.
O Deputado petista André Vargas e o doleiro
Em outro
trecho das mensagens interceptadas pela P.F., Youssef afirma: “Tô no limite.
Preciso captar.” Vargas responde: “Vou
atuar”.
Uma das
hipóteses da Operação Lava Jato é de que o deputado e o doleiro sejam sócios
num laboratório chamado Labogen.
Conforme
revelação da Folha, um financiamento de R$ 31 milhões do Ministério da Saúde
para a Labogen foi obtido por meio de ‘contatos políticos’, segundo Leonardo
Meirelles (sócio da empresa) que resolveu colaborar com a PF. Posteriormente, o
financiamento foi cancelado depois da revelação dos e-mails. A Saúde diz que
irá investigar a parceria.
As CPIs assustam tanto políticos
quanto financiadores
Por que será
que os requerimentos para instalar a CPI da Petrobrás – e outras CPIs- se estão
se arrastando tanto e topam com tantos bois na linha?
O
potencial explosivo de uma investigação séria da Petrobrás pode ser muito
danosa e não só para Dilma Rousseff, que estouvadamente a chamou para si e para
o Planalto, envolvendo-o diretamente no hoje já celebre despacho manuscrito, respondendo
a questão de dois repórteres do Estado de São Paulo.
Segundo a
reportagem da Folha dominical, as implicações das CPIs são inúmeras e envolvem
também os candidatos Aécio Neves e Eduardo Campos, assim como com empresas a
eles ligadas (e também a outros menos votados) que não querem saber de
investigações.
Vai
requerer muita blindagem, todavia, para impossibilitar uma análise aprofundada
da Petrobrás, e o que foi feito com a maior companhia brasileira, a jóia da
coroa no firmamento do povo brasileiro.
É preciso explicar muita coisa
(além do estranhíssimo negócio da refinaria de Pasadena, nos EUA) no que
concerne à Petrobrás. Por que ela está nesse estado, com tal perda de valor de
mercado ? Será tudo responsabilidade do José Gabrielli e da Graça Foster
?...
Situação na Ucrânia
Por outro
lado,a Casa Branca e Departamento de Estado têm visão não tão sombria.
Houve há pouco reunião entre o Ministro dos Negócios Estrangeiros Sergei Lavrov e o Secretário do
Exterior, John Kerry.
De
qualquer forma, na avaliação dos expertos, a Rússia mantém cerca de quarenta mil
homens na fronteira, com objetivos ainda não esclarecidos. Aqui não se trata de
um país como a Geórgia, mas de outro, bem mais avantajado, cuja população,
antes da anexação da Crimeia era de 45 milhões de habitantes.
As
eleições presidenciais estão marcadas para 25 de maio p.f. e, por enquanto, pelo
UDAR, apresentou-se como candidato Petro
Poroshenko, um dos oligarcas, e pelo Partido Pátria, Yulia V.
Timoshenko.
Vitali Klitschko, o ex-boxeador, e um
dos parlamentares mais atuantes em favor dos manifestantes da Praça da
Independência, optou por renunciar à sua pretensão presidencial em favor de
Poroshenko. Com a sua notoriedade e o positivo apoio dado à luta contra o
presidente Viktor Yanukovych,
Klitschko até que surpreendeu pela atitude de ceder o lugar a Poroshenko.
Este
último, no entanto, apoiou resolutamente a campanha pró- acordo com a União
Europeia, a ponto de ter enfrentado entraves para as suas exportações de
chocolate para a Federação Russa.
Poroshenko é uma face nova na política ucraniana. A sua principal adversária será provavelmente
Yulia Timoshenko, que, além do carisma, é uma das políticas mais
conhecidas na cena política. Depõe a seu
favor a condenação politicamente motivada pelo regime Yanukovych, e o longo
padecimento nos cárceres interioranos da Ucrânia (estava em um lazareto em Kharkov, sem maiores condições de
tratamento médico especializado digno desse nome de sua séria afecção na
coluna). Prova de sua força de vontade e resolução foi a de ter vindo tão logo
libertada após a queda do algoz Yanukovych diretamente para a praça Maidan, onde encarou multidão, em que a
emoção do reencontro e as acusações de corrupção pairavam no ambiente.
Com a
sua conhecida coragem, arrostou bem a prova, mas terá ainda uma longa
travessia, em que provações não estão excluídas. No lado positivo, está o
inegável carisma e a férrea determinação; no negativo, as acusações de
corrupção e a rejeição de ter sido primeiro ministro e a longa presença no
palco da política. Paradoxalmente, Yulia, apesar de suas raízes no partido
nacionalista, tem muitos admiradores do lado pró-Rússia, como o próprio
Presidente Vladimir Putin, que a considerava como o único homem dentre os
políticos ucranianos...
Comparecem entre os candidatos também
Mikhail Dobkin, do Partido das
Regiões (a agremiação de Viktor Yanukovych) e Sergei Tigipko, como independente, malgrado seja também próximo ao
ex-presidente Yanukovych.
No que
concerne ao Kremlin, por enquanto o
único a que se opõe de forma virulenta é Dmitri
Yarosh, de extrema-direita, que encabeça a coalizão ultranacionalista
Setor da Direita.
( Fontes: Folha de S.
Paulo, O
Globo, The New York Times )
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