Será que o Partido dos
Trabalhadores e a atual Presidente Dilma Rousseff gostam tanto assim da
Petróleo Brasileiro S.A. ? Essa empresa deveria simbolizar a visão do Estado na
economia nacional.
A Petrobrás é
um símbolo nacional. Nesse sentido, a defendemos contra supostas veleidades
neoliberais de Fernando Henrique Cardoso, e de seu então diretor-presidente, Henri Philippe Reichstul que, de forma
bastante estranha, pretendera mudar o nome da estatal para Petrobrax, sob pretexto que essa singela modificação seria instrumental para a respectiva melhor
recepção pelo capital estrangeiro. O projeto, de sigiloso tornou-se público,
com o aval de FHC em 26 de dezembro
de 2000.
Muito
dinheiro já havia sido investido nesse estranho projeto, que supostamente
almejava dissociar a Petrobrás do signo Br, demasiado brasileiro. Apesar do período natalino, a reação no
Congresso e na mídia foi bastante forte, a ponto de levar Fernando Henrique a
cancelar o projeto já no dia 28 de dezembro.
Com o P.T. e
notadamente a Presidenta Rousseff, a Petrobrás tem sofrido outro tipo de
ataque, vindos dessa vez de resolutos
admiradores seus.
Colocando na
presidência Graça Foster, que além de
amiga, é funcionária tarimbada e respeitada na estatal, a suposição seria
que Dilma pretendia reforçar a Petrobrás.
No entanto,
menos por culpa própria ou decisões infelizes, a Petrobrás está sendo
transformada na palmatória do Brasil, arcando com despesas extraordinárias que
não lhe deveriam ser repassadas. Fazer com que a Petrobrás pague a diferença
entre o que lhe custa a gasolina importada e o preço administrado no Brasil é
política mal-avisada, que onera a estatal.
Não terá sido
de resto por acaso que a recente revolta do PMDB tratou de criar comissão para
acompanhar a apuração de outro escândalo envolvendo a Petrobrás, com empresa
holandesa.
Agora
estoura a questão da refinaria de Pasadena. A resposta desabrida da Presidente
revoltou diretores e funcionários da estatal, que ameaçam vir a público, com o
que se supõe ser revelações danosas para
o Planalto.
Na raiz de
tudo está o embaraço com as milionárias perdas da Petrobrás, em termos de valor
de mercado. Estas já são grandes e não carecem de serem somadas às de outra
estatal, a Eletrobrás, cuja perspectiva de mercado se afigura tão baixa, que só
loucos pensariam nela investir.
É difícil
admitir que uma empresa de tal porte tenha decaído tanto em valor de mercado,
se não fosse por gestão ruinosa. Dada a importância da Petróleo Brasileiro S.A.,
pensou-se que Graça Foster fosse o nome apropriado, dada a experiência e o
conhecimento, além da circunstância de quem a indicara.
No entanto,
ao que parece, a força e o peso da Petrobrás estão sendo usados pelo Planalto
não no interesse da empresa e de seu intrínseco papel na economia, mas em
verdadeiras tarefas de Hércules, que de longe vão além de sua capacidade, por
maior que seja.
Graça
Foster está sendo chamada para atender problemas e contingências que vão muito
além dos precípuos fins da empresa. Dado o desvio de função a que se submete a
Petrobrás, só mesmo uma estreita amizade que vai ao limite do sacrifício a
estaria impedindo de pedir as contas, eis que nem Hércules aceitaria esse tipo
de trabalho.
(Fonte: O
Globo, O Globo on-line)
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