De uns tempos
para cá, as más notícias se sucedem, e a novidade é que Dilma Rousseff não
consegue sair do inferno astral. Aécio Neves, o provável candidato do PSDB, a
quem se acoimava não gerar fatos políticos, entrou pesado na refrega.
Da tribuna do Senado, Aécio cobrou
explicações, propondo a criação de um grupo na Comissão de Fiscalização e
Controle para investigar as denúncias e acompanhar as investigações de outros
órgãos (o TCU e a Polícia Federal
acompanham o caso). O Senador por Minas Gerais acusou a Presidenta de fazer da
Petrobrás uma OGX, numa referência ao
conglomerado de Eike Batista, cujas empresas se acham sob recuperação judicial.
Contraditando Dilma
Rousseff, executivos da Petrobrás disseram à Folha que a então chefe da Casa Civil e na época presidente do
conselho de administração da Petrobrás, tinha à sua disposição o processo
completo da proposta de compra da refinaria de Pasadena (EUA). Tais assertivas
foram feitas por força do comentário de Dilma, que disse ter apoiado a medida
porque recebeu ‘informações incompletas’ de um parecer ‘técnica e juridicamente
falho’.
A colunista
Eliane Cantanhêde, em sua nota-editorial de hoje, traz mais elementos de alta
combustibilidade para a questão. Depois
de reconhecer que o petróleo é nosso, mas (que) a Petrobrás só produz problemas
para a presidente Dilma Rousseff, a jornalista expressa a própria surpresa: ‘Só
não dá para entender por que Dilma, em mais um ato impetuoso, depois de anos de
silêncio, resolveu fazer uma nota para os repórteres Andreza
Matais e Fábio Fabrini (do Estado
de S. Paulo), reconhecendo que votou no Conselho de Administração a favor de um
negócio todo enrolado por que se guiou em informações “incompletas” e num
parecer “técnica e juridicamente falho”.
Consoante a
Cantanhêde, ‘com isso, Dilma tenta livrar a própria cara, mas se enrola ainda
mais ainda na história mirabolante da compra (da refinaria) (...) e joga na
fogueira a antiga gestão da Petrobrás’.
Além disso, a
colunista da Folha refere que ‘a
companhia apresenta resultados assustadores para os brasileiros e
constrangedores para a presidente.’ Citando cálculos feitos pelo jornalista Elio Gaspari, ‘a perda de valor de
mercado da Petrobras e da Eletrobras, juntas, já bate em US$
100 bilhões desde a posse de Dilma, em 2011.’
Ao cabo, e como
se não bastasse, a estocada final, que lembra o sólito golpe de misericórdia
nas touradas: ‘há algo de muito errado no reino da (...) Petrobrás, como,
aliás,em toda a área de energia, justamente a que alavancou a carreira e a
imagem da “gerentona” Dilma.’
O PMDB
reexamina a possibilidade de instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito da
Petrobrás. Já na oposição, o líder do PPS,
Rubens Bueno (PR) defendeu a instação da CPI da Petrobrás em plenário e
protocolou requerimento para ouvir Nestor Cerveró, o diretor internacional da
estatal na época, na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Casa.
A tal respeito,
observou Rubens Bueno: “É de estranhar que a presidente Dilma, chamada de ‘gerentona’, de executiva, de excelência,
tenha aprovado essa compra milionária sem ler o contrato. Mais estranho ainda é
só agora, oito anos após o episódio, ela ter admitido que foi induzida a erro
por um parecer falho. É cada vez mais necessária a instalação da CPI da Petrobrás.”
(Fontes: Folha de S.
Paulo, O Globo)
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