Vladimir Putin
telefonou para o Presidente Barack Obama. A chamada foi de iniciativa do
presidente russo, e Obama a respondeu em Ryadh, na Arábia Saudita, onde se
encontrava.
Talvez o mais
importante do evento seja o telefonema em si. De parte americana, se sublinhou
a preocupação com os movimentos de tropa russos na fronteira da Ucrânia
oriental, assim como o mal-estar internacional com a anexação ilegal da
Crimeia; e de parte russa, a comunicação teria surgido com problemas na Ucrânia
e a questão da Transnistria, pequeno país que se recusa a se tornar parte da
Moldávia, e cuja única via de contato com a Federação Russa é através da
Ucrânia (há um remanescente de tropa de paz russa na Transnistria).
Segundo
transpirou, Barack teria acedido à sugestão de Putin de que a questão em tela
seja discutida pelas principais autoridades diplomáticas dos dois países.
À primeira
reação favorável – baseada na presunção de que o presidente russo tenha sentido
que a reação do Ocidente – e os consequentes eventuais prejuízos para Moscou –
haja sido maior de o que antevia. Sem
embargo, há muita desconfiança com respeito ao que está por trás do telefonema. Muitos pensam que seja tão só um movimento de
flanco, mais preocupado em ganhar tempo e deixar a poeira baixar, do que
propriamente um arrependimento de gospodin Putin.
Não só os
precedentes em seu comportamento, quanto a entusiástica acolhida pela nação
russa da tomada da Crimeia, levam muitos
a encarar com suspeição o telefonema e o que estaria por trás dele. Não
obstante a incerteza, é encarado de
forma positiva que a divergência esteja sendo confiada aos diplomatas. Teria
sido, de resto, sob tal premissa que Putin chamara Obama, ao ser inteirado de
que o presidente americano favorecia a via diplomática para a eventual solução
da questão.
Demonstrando,
por fim, que dão alta prioridade à questão, o Ministro do Exterior russo, Sergei
V. Lavrov acertou com seu colega americano, o Secretário de Estado John Kerry,
a primeira reunião em Paris, já para este domingo trinta de março.
Desejando criar
expectativa favorável, Lavrov disse que a Rússia e os Estados Unidos e seus aliados
ocidentais já estariam estreitando suas diferenças com vistas a uma solução
política e diplomática para a crise provocada pela recente anexação da Crimeia
pela Federação Russa.
(Fonte: The New York Times)
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