terça-feira, 18 de março de 2014

Notícias em direto do Front

                                      

Putin aprova anexação da Crimeia

 

        Todo o formalismo não passa de uma farsa, mais própria do turbulento século XX, do que do esperançoso século XXI. O presidente Vladimir Putin assina o decreto que reconhece a independência da região ucraniana da Crimeia. Como foi a Federação Russa que provocou tudo – da invasão por tropas descaracterizadas da península, assim como o ato do parlamento regional, lançando as bases do ‘referendo’ que busca legalizar a violência contra a Ucrânia – não há dúvidas acerca da pronta aprovação pelo Senado da Federação Russa.
       Sem temer as sanções do Ocidente – que tomou cuidado de não atingir autoridades mais próximas de gospodin Vladimir V. Putin – a pergunta que fica no ar é se o autocrata de todas as Rússias se atreveria a tal menosprezo do direito internacional e do respeito aos tratados se o Presidente Barack Obama não exagerasse no recuo da superpotência e numa estratégia de - para muitos - excessiva cautela.

       Tudo dependerá da situação do novo regime em Kiev, eis que a Ucrânia não sofreu apenas uma ilegalidade. A estabilidade do novo governo se vê contestada pelo incentivo à desunião nacional, sem falar do baque pela perda da península.

 

A P.M.  e  sua imagem

 
      Seria inacreditável, mas a violência brutal praticada contra o menino João Hélio, em 7 de fevereiro de 2007, arrastado por vontade dos bandidos pelo carro em fuga, viria a repetir-se neste Rio de Janeiro, desta feita por PMs. O que não muda é a inocência da vítima. Cláudia da Silva Ferreira, baleada na manhã deste domingo dezesseis, foi transportada na caçamba de uma Blazer por três PMs – os subtenentes Rodney Miguel Arcanjo e Adir Serrano Machado, e o sargento Alex Sandro da Sila. A caminho do hospital, o porta-malas abriu e parte do corpo de Cláudia ficou para fora (a cena foi registrada por celular de carro que seguia atrás).

      Segundo Júlio Cesar Silva Ferreira, irmão de Cláudia,  ela foi baleada quando saía de casa para comprar pão e mortadela.  A família deverá processar o Estado pela forma com que os policiais ‘socorreram’ a vítima. De acordo com Júlio, ‘a PM chega atirando e matando o trabalhador. Ela foi jogada de qualquer maneira. Foi uma execução malsucedida. Depois disseram na delegacia que eram quatro armas, mas isso é mentira. Ela levou três tiros de curta distância. Isso é uma execução. Não queremos que fique impune. Senão ela será só mais um Amarildo.’

     Se é importante o trabalho das UPPs realizado pelo Secretário José Mariano Beltrame, tudo isso será perdido, em termos da imagem da Polícia Militar, se tais violências e barbaridades persistirem, e seus infratores não forem punidos com severidade.

     A  P.M. carece de ser uma polícia que respeita as comunidades. Se continuar a agir da forma acima aludida, está arando o mar em termos de construir um relacionamento de respeito e confiança com os muitos habitantes honestos das favelas cariocas.

 

(Fontes: O  Globo, Folha de S. Paulo)  

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