Governo Dilma: balanço no vermelho
O saldo
ficou negativo em US$ 2,125 bilhões,
eis que as exportações de U$15,934 bilhões não cobriram as
importações de US$ 18,059 bilhões. Não surpreende, tampouco, que o déficit do
primeiro bimestre seja de US$ 6,183
bilhões.
No país
da autossuficiência petrolífera, o
déficit nas importações de combustivel é US$
3,5 bilhões, a única redução consignada, eis que em 2013 o saldo negativo
fora de US$ 4,6 bilhões.
Como os
tempos se anunciam bicudos, o real está enfraquecido, e o Brasil não mais se
afigura destino privilegiado não só para ieds
(investimento econômico direto) além de outras operações de mercado de
curto e médio prazo, vem aumentando a conversa de incentivar ‘captações’ no exterior, o que não passa
de empréstimos induzidos, para compensar a falta de divisas. Essas captações, usuais nas épocas pregressas
de vacas magras, voltam agora para tentar reequilibrar o balanço de pagamentos,
a custo de juros mais onerosos.
Crise na Venezuela
Por outro
lado, grupo de países latino-americanos representados na OEA logrou impedir a aprovação de declaração sobre a situação no
país, assim como a convocação dos chanceleres para discutir a crise
venezuelana. Que nada tenha sido produzido, foi considerado vitória pelo
Ministro do Exterior venezuelana, Elias Jaua. Se vitória foi, é daquelas de Pirro,
em que apenas essa turma consegue deter o inexorável por mais algum tempo.
Marco Aurélio Garcia – o alto funcionário
petista ligado a Lula da Silva, que agora está sob a asa de dona Dilma -
esteve em Caracas, quando foi recebido por Maduro. Com o petismo, em divisão
que não tem precedente histórico, as questões latino-americanas passaram a serem
da alçada de representantes petistas, o que muito contribuíu para dar às
relações com muitos dos países latino-americanos um ranço partidístico, e não
mais de Estado. Não surpreende, portanto, que o povo venezuelano venha
reclamando com crescente insistência declarações da chancelaria brasileira, em
apoio à democracia. Também desta feita a visita de Marco Aurélio não produziu
qualquer posição em favor dos direitos humanos e do respeito à democracia na
Venezuela.
Por isso,
os manifestantes que se reuniram pacificamente diante de nossa embaixada em
Caracas, o faziam tangidos por ideias pregressas, em que o Itamaraty podia ser
contado quanto a atitudes pró-direitos humanos e respeito à convivência
pacífica, dentro dos moldes da anterior diplomacia de estado praticada pelos
antecessores de Nosso Guia no
Ministério das Relações Exteriores.
Agora, com boa parcela das questões latino-americanas ficando a conta de
altos funcionários petistas, o silêncio da chancelaria brasileira se torna por
vezes atroador.
Por lei, os EUA só podem exportar gás para países
com que mantêm acordos de livre comércio. No entanto, essa regra vem admitindo
exceções, eis que em passado recente empresas de seis países (China, Japão,
Taiwan, Espanha, França e Chile) assinaram acordo com Washington, autorizando a
operação.
Se Washington
passasse a exportar gás para a Ucrânia, tal seria importante para libertar Kiev
de excessiva dependência energética do Kremlin. A Rússia exporta 30% do gás fornecido à Europa,
e no passado, já cortara o abastecimento para Kiev por duas vezes, o que
decerto torna apreensivos não só os ucranianos, senão os próprios europeus.
No entanto,
tal seria um projeto de médio prazo, eis que pelas exigências técnicas do
mercado seriam necessários pelo menos mais dois anos para que tal fornecimento
alternativo se torne viável. Para alguns, é projeto para daqui a cinco ou dez
anos.
Não é
exatamente a solução ideal para quem está com a corda energética no
pescoço. Mas se nada se fizer no capítulo,
o estado de coisas não irá mudar, o que favoreceria o império russo.
(Fontes: Folha de S.
Paulo, O Globo on-line)
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