Aguardava-se
algo mais enfático e preciso. Quiçá as cobranças tenham sido maiores pelo que se
antecipava da mensagem.
A par de
alguns momentos de E. Campos em que se referia a um quadro desalentador,
parece-me que faltaram à transmissão palavras mais candentes e mais objetivas. Às
compartilhadas avaliações, faltou a verve e sobretudo o acúmen do discurso de
oposição.
De certa
maneira, as palavras genéricas se perderam em vasto e indefinido areal. Houve
momentos que passaram como se nunca tivessem vindo.
A própria
direção cuidou de envolver as falas dos dois candidatos em um manto de penumbra,
conjugado com estranhas faixas amarelas.
Como no célebre
dito, nós que queríamos mais luz e
quiçá a claridade incômoda e penetrante da oposição, fomos apresentados a um
palco de sombras, em que duas figuras trocavam frases comedidas que não
sacudiam de um certo invasivo torpor o perplexo assistente.
Passou a hora
da academia política. O Brasil grita pelo descalabro da verdade e não carece de
compostas conversas de compadres.
(Fonte: Rede Globo)
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