Itamaraty à sombra ?
Eliane
Cantanhêde tem visão ambivalente acerca do Itamaraty. No seu comentário deste
domingo assevera: ‘A crise na Venezuela escancara de uma vez por todas: a
política externa (como tudo) é exclusividade de Dilma Rousseff, e seu operador
é o assessor Marco Aurélio Garcia, principal quadro do PT para a área
internacional. E o Itamaraty? O Itamaraty, como as Forças Armadas, bate
continência. Assim como o brasileiro é, antes de tudo, um forte, diplomatas e
militares são, antes de tudo, carreiras de Estado que cumprem ordens. Nunca
ficou tão ostensivo.’
De minha modesta
parte, eu não estaria tão certa quanto ao bom senso e oportunidade dessa
atitude que, convenhamos, é típica da nossa Presidenta.
Em outro
contexto, escrevera sobre as grandes árvores, e o quanto são infensas a outra
vegetação que não a rasteira.
É característica
de grandes líderes a capacidade de somar a opinião à sua volta. Em geral não
temem o conselho, nem eventuais sugestões da gente do ramo. Não por que devam aceitá-lo
de forma automática, mas por terem o bom senso de ouvir os pareceres de muitos,
inclusive os do pessoal do ofício. Pela longa experiência, muita vez são mais
úteis, e por diversos motivos. Inclusive por defenderem o interesse do Brasil e
não o de partidos.
Um Ano sem Chávez
Interessante
também o segundo editorial da Folha deste sábado. Além de nos trazer um dito corrente na
Venezuela hodierna, ao ensejo do primeiro aniversário do desaparecimento do
Comandante Chávez : ‘faz um ano que você disse: Qualquer coisa é melhor do que
Chávez’. Infelizmente, você não estava
certo.’
Esse editorial
também nos traz informação importante. À falta de alternativa – pelo menos para
as suas luzes – o herdeiro de Chávez, Nicolás Maduro, cada vez mais compromete
a produção petrolífera da Venezuela em troca de créditos da República Popular
da China.
Desde 2007 –
quando assinou o primeiro grande empréstimo com Beijing (o que demonstra que
Maduro apenas segue a orientação do antecessor e patrono)
- a Venezuela acumula
colossal (e insustentável no longo prazo) dívida com a segunda maior economia
do planeta: são mais de cinquenta bilhões de dólares ! É o que os franceses
chamam la fuite en avant (a fuga para a frente), o que recorda a corrida dos lêmures para o precipício...
Noblat e Pezão
Se procede a
contra-imagem aventada por Noblat: ‘Lembra a cena dos traficantes fugindo em massa do
Complexo do Alemão ? (...) Pois bem: os traficantes estão de volta, subornando
e matando policiais.’
Se as coisas
estão nesse pé, o projeto símbolo de Cabral e Beltrame está em maus lençóis, e
as possibilidades de eleição do continuador da atual política no Estado, Luiz
Fernando de Souza, o Pezão, tendem para zero...
(Fontes: Folha de S. Paulo, O
Globo )
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